sábado, 30 de outubro de 2010
PICKPOCKET - 1959 - Robert Bresson
Dois economistas encerraram a grande novela, que não mexicana, pois as lágrimas serão mais copiosas lá para início de 2011, talvez quem sabe, a ver este belo filme de Robert Bresson ... Eles podiam ser os protagonistas...
Novela por novela , continuo a preferir a da "Gabriela"...Que se matem saudades...
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
Bom fim de semana...
Olhares...
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Tons alaranjados, os de outono
Tempo de larajas- 2-
quarta-feira, 27 de outubro de 2010
Tempo de laranjas...-1-
William J. McCloskey ( 1859-1941 ), Oranges enveloppées, 1889, Amon Carter museum Fort Worth Texas
Volupté des parfums ! — Oui, toute odeur est fée
Volupté des parfums ! — Oui, toute odeur est fée.
Si j’épluche, le soir, une orange échauffée,
Je rêve de théâtre et de profonds décors ;
Si je brûle un fagot, je vois, sonnant leurs cors,
Dans la forêt d’hiver les chasseurs faire halte ;
Si je traverse enfin ce brouillard que l’asphalte
Répand, infect et noir, autour de son chaudron,
Je me crois sur un quai parfumé de goudron,
Regardant s’avancer, blanche, une goélette
Parmi les diamants de la mer violette
François Coppée ( 1842-1908 ) Recueil Promenades et intérieurs
Amigos, que me perdoem o "post" em francês, mas gostei tanto ... e há palavras intraduzíveis.
terça-feira, 26 de outubro de 2010
TEC - Teatro Experimental de Cascais
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Modigliani -para um começo de semana...
Modigliani e Jeanne, um amor vivido até às últimas consequências...
Ao rever o filme Modigliani outros contemporâneos avivaram a minha memória...
domingo, 24 de outubro de 2010
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Sagas...
Fotografias de Mariana Rey Monteiro e sua mãe Amélia Rey Colaço, no papel de Fedra.
Eu nunca fui capaz de representar cá fora.
A minha mãe morreu aqui em casa e uma das coisas que me disse foi: "Vai-me dar este recado assim assim ao telefone." Era um recado difícil, era para não magoar alguém. "Ai mãe, custame tanto ir fazer isso!" A frase que ela me disse foi esta: "Tu és actriz suficiente para o poderes fazer." Eu disse-lhe: "Mãe, por que é que não havemos de ser todos, sempre, pão-pão, queijo-queijo?" Ela olhou para mim e respondeu: "Com a nossa educação é impossível." É isso.
Por vezes sinto que não quero magoar o próximo; outras isso não me deixa ser tão menos actriz como eu gostaria
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Bom fim se semana...
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Easy jet, no Terminal 2...
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Pintura- o caos organizado...
segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Os melhores anos das nossas vidas....
Para ti, flor de vida, vamos pensar a tua e nossas vidas, as alegrias que sempre lhe deste, e, nós como húmus , vamos continuar o alimento deste amor que não tem fim…
Perguntaram ao escritor: - O livro foge-lhe quando o acaba de escrever?
_ Não sei se ele foge. É como os filhos. Os filhos não são nossos, mas também não são de mais ninguém, não é?”
Meu António, meu cidadão do mundo, do outro lado do atlântico, “cumple tus años” que nós continuamos à tua espera para soprar as velas.
Será que ainda o quererás?
A vida a nu na internet...
David Fincher, realizador do filme " The Social Network", a estrear a 4 de Novembro, diz : " não acho que haja alguma coisa de diabolico no facebook. Os seres humanos são espantosos a descobrirem novas formas de perderem o seu tempo".
E eu acrescento, enquanto se perde tempo... vá que não vá, mas perder o emprego e outras coisas mais, é arriscar ir longe demais, como quem arrisca colocar a suas vidas neste mundo global que nâo mais poderá apagar.
domingo, 17 de outubro de 2010
Parabéns, linda menina...
Já que não posso festejar-te olhos nos olhos, faço-o nesta "casinha", também de afectos, nas vozes de dois "monstros" da música latina . Votos de dia feliz... que sei que vai ser, minha linda D.
As palavras dos outros...
sábado, 16 de outubro de 2010
Dizem que é o dia nacional da alimentação? Estão brincando sempre com os dias...
Bom fim de semana...
Mão amiga fez-me chegar este vídeo... como sempre, carinhosamente. E disse :- há que ver até ao fim, pois é de suster a respiração...
Perante tanta negritude e tantos tagarelas, refugiemo-nos no belo, pois aí os deuses estão do nosso lado . Bom fim de semana ... o sol estará connosco.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
"se houvesse degraus na terra"...
Se houvesse degraus na terra e tivesse anéis o céu,
eu subiria os degraus e aos anéis me prenderia.
No céu podia tecer uma nuvem toda negra.
E que nevasse, e chovesse, e houvesse luz nas montanhas,
e à porta do meu amor o ouro se acumulasse.
Beijei uma boca vermelha e a minha boca tingiu-se,
levei um lenço à boca e o lenço fez-se vermelho.
Fui lavá-lo na ribeira e a água tornou-se rubra,
e a fímbria do mar, e o meio do mar,
e vermelhas se volveram as asas da águia
que desceu para beber,
e metade do sol e a lua inteira se tornaram vermelhas.
Maldito seja quem atirou uma maçã para o outro mundo.
Uma maçã, uma mantilha de ouro e uma espada de prata.
Correram os rapazes à procura da espada,
e as raparigas correram à procura da mantilha,
e correram, correram as crianças à procura da maçã.
Herberto Helder
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
quarta-feira, 13 de outubro de 2010
Haja matéria, far-se-à História... Hoje fez-se
terça-feira, 12 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Os "bons" malandros"...
domingo, 10 de outubro de 2010
Dia Mundial da Saúde Mental... porque não pensar os amigos?
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Um casino com história.... bom fim de semana
1. Não sabia que Jorge de Sena conhecia a Figueira da Foz, tendo vindo passar férias de Verão, em 1935, a casa do seu tio Jaime Teles.
2. Destaco Sinais de Fogo pela importância que a Figueira assume na obra, editada postumamente, em 1979, por sua mulher Mécia Sena.
3. “Não há para uma cidade destino mais invejável do que o ser mistificada pela literatura”.
4. De facto, na obra de Sinais de Fogo de Jorge de Sena, a ação decorre sobretudo na Figueira da Foz, em 1936. A personagem principal, Jorge, que é o narrador, parte de Lisboa para aí passar férias:
5. “No dia seguinte, parti para a Figueira da Foz, no comboio da manhã. Comprei o jornal. A primeira página estava cheia da mesma coisa: rebentara em Espanha uma Revolução e que o jornal em grandes letras, chamava Nacional.”pág.64
6. “Quando cheguei à Figueira, a estação era um tumulto de espanhóis aos gritos, com sacos e malas, crianças chorando, senhoras chamando umas pelas outras, homens que brandiam jornais, e uma grande massa de gente comprimindo-se nas bilheteiras.”
7. Para quem não conhece a Figueira da Foz, o Bairro Novo é e foi um espaço privilegiado dos acontecimentos, era um espaço de passagem para a praia, ou mesmo local onde “ nas mesas de cafés só uns raros sujeitos gozavam da sombra ante uma cerveja. Eram, como de costume, pais de família, que se recusavam a encher de areia os sapatos na praia. Raramente pais tomavam banho, como aliás as mães ou as tias. "
8. Nesta zona existiam pensões onde estavam hospedados os veraneantes e, entre eles, alguns amigos do Jorge que este procura. As pensões proporcionam igualmente encontros amorosos:
9. “Voltei ao Bairro Novo, e entrei na pensão Ramos. O empregado da porta reconheceu-me, e sim, não tinham descido, estavam com visitas, eu que subisse. Subi trémulo e, mais trémulo , fiquei indeciso diante das portas dos quartos. Devia ser este o da Mercedes. Bati muito de leve, com os nós dos dedos. À escuta olhava de um lado para o outro, esperando que uma das portas próximas se abrisse repentinamente. A chave deu uma volta, e ela surgiu no intervalo estreito que entreabrira: - Tu?- , De relance pareceu-me mais bela do que nunca, com os olhos escancarados, e o cabelo meio despenteado. Empurrei-a para dentro e fechei a porta atrás de mim.”Pag.241
10. (…) Toda a gente que cruzava comigo, cruzava porque já estava envolvida, ou era envolvida porque cruzava a cadeia de acontecimentos, cada um dos quais gerava outros que, por sua vez, estavam ligados a alguns dos anteriores ou a todos?
11. (…) A Figueira era um meio pequeno, onde todos os fios de uma meada se cruzavam. Mas eu não era da Figueira. E das duas uma: ou sempre uma Figueira se formava à volta de qualquer pessoa, (…) ou a sorte estava fazendo de mim uma espécie de catalisador, que, não podia dar um passo, nem falar com ninguém, sem que desencadeasse reacções possíveis só com a presença dele,e que apenas aguardavam esta presença para se realizarem.”pp.260/1
12. Outro dos espaços importantes é o casino que reflecte o ambiente próprio da época(…)
13. O casino servia de ponto de encontro não só de amigos que estavam de férias mas também dos habitantes da cidade , como era o caso do tio do Jorge.
14. Era um dos sitos onde podiam divertir-se e arranjar companhia .
15. É ainda neste espaço que o comportamento de Jorge com Mercedes é denunciado pelo noivo traído, Almeida, que armou um escândalo. –“ Sabes o que ele fez ontem? Um escândalo no casino , no meio de uma data de gente, gritando alto e bom som que eu era”,,,(p.344)
Informações colhidas na publicação semestral da Associação Doutor Joaquim de Carvalho,
17. LITORAIS, estudos figueirenses
quinta-feira, 7 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
O fado na república (3), dia do seu centenário
Folhetos há que são fundamentais para se perceber o amor e dedicação que um grupo de homens – hoje em muito ignorados ou esquecidos – deu a este canto urbano, operário e libertário, contribuindo para a implantação da República em Portugal em Outubro de 1910.
2. Canto Libertário
O Canto do Fado emerge, documentalmente, na cidade de Lisboa, no segundo quartel do Século XIX, fortemente ancorado na palavra poética improvisada, logo dialogal, e também em determinado tipo de coreografias. No inicio da segunda metade do mesmo séc. , transforma-se num canto libertário, suportados pela décima – improvisada ou memorialista – e cuja origem terá que sr encontrada na industrialização e na catequética operária de espírito internacionalista.
Assim o Canto do Fado é, antes de mais, um canto produto da imprensa e da industrialização.
O Canto do Fado que se pratica em 1910 é um canto engajado na luta politica, fazendo parte de uma grande família de práticas de cariz industrial, com uma geografia que vai de Lisboa a Buenos Aires, de Múrcia a Havana, e que utilizaram a mesma estrofe e melodias populares locais ou regionais para transmitir conhecimentos e internacionalizar uma noção de classe, em muito suportadas por um discurso de paz, que este provérbio levantino muito bem caracteriza:
Quem afia versos, não afia navalhas.”
Texto de Paulo Lima, in Catálogo de exposição Fado 2010
“ A Pátria enfim respirou”: o triunfo da República
Que a República salvou,
De morrer na indigência
A que a monarquia a deitou.
Nobre pátria sem igual,
Berço de navegadores
E de heróis libertadores,
Grande e nobre Portugal,
Ia tendo por seu mal
Quem a levasse à vileza
Mas derrotou-se a nobreza
Pelo pendão verde-rubro,
Viva o dia 5 d' Outubro
Viva a Pátria Portugueza.
Ao sentir-se a derrocada
Da extinta monarquia,
A Pátria sucumbiria
Por estar mal governada,
Mas a turba ignorada
A que glória a levou,
Na Rotunda vincou
Patriotismo sem igual,
Pois foi o velho Portugal
Que a República salvou.
Imperava o cinismo
Governando a nação,
Mandava a perversão
E o vil jesuitismo,
Mas o povo com civismo
Com tacto e inteligência,
Não consentiu a demência,
D um rei novato e banal,
Evitando Portugal
De morrer de indigência.
Homens de raro valor
Como Costa e outros mais,
Usam processos leais
E à Pátria dão vigor
Brilha já a rubro a cor
Da bandeira que a salvou,
E a Pátria enfim respirou
Ao ser expulso, o mal, o vício,
Está livre do pecipício
A que a monarquia a deitou.
Fado Republicano (para piano)
Música de Reynaldo Varella ,10 de Outubro de 1910