segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

O tempo diz adeus ao tempo ... Um outro tempo está a chegar . Um ano de 2019 bem sucedido

O Tempo
“Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um individuo genial.
Industrializou a esperança,
fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar
e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação
e tudo começa outra vez, com outro número
e outra vontade de acreditar
que daqui para diante tudo vai ser diferente.
Para você, desejo o sonho realizado,
o amor esperado,
a esperança renovada.
Para você, desejo todas as cores desta vida,
todas as alegrias que puder sorrir,
todas as músicas que puder emocionar.
Para você, neste novo ano,
desejo que os amigos sejam mais cúmplices,
que sua família seja mais unida,
que sua vida seja mais bem vivida.
Gostaria de lhe desejar tantas coisas…
Mas nada seria suficiente…
Então desejo apenas que você tenha muitos desejos,
desejos grandes.
E que eles possam mover você a cada minuto
ao rumo da sua felicidade.”
(Carlos Drummond de Andrade)

sábado, 29 de dezembro de 2018

A espuma dos meus dias ...




" A minha casa é profunda e ramosa. Tem recantos em que, depois de tanta ausência , gosto de me perder e saborear o regresso. No Jardim, cresceram matagais misteriosos e fragrâncias que eu desconhecia . O álamo que plantei ao fundo e era esbelto e quase invisível, é agora adulto, a sua casca tem rugas de sabedoria que sobem ao céu e se exprimem num tremor continuo de folhas novas na altura."
ODOR DO REGRESSO
Pablo Neruda, Nasci Para Nascer

O meu olhar numa tarde chuvosa e encoberta , em Serralves

sábado, 22 de dezembro de 2018

Os meus presentes de Natal .... Festas a vosso jeito




   Os meus presentes de Natal repetem-se a cada ano , pois Carl Larsson, aguarelista sueco do século XIX, representa para mim o movimento e a beleza da festa e do encontro.
   Larsson pintava crianças no seu dia a dia de uma forma romantizada. Também ilustrava livros para crianças. 
   Fiquem pois com o seu olhar e imaginação.
   Festas a vosso jeito .

terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Pelos caminhos de Sintra onde tudo é natural









A minha vida é um vendaval que se soltou.
É uma onda que se alevantou.~
É um átomo a mais que se animou...
Não sei por onde vou,
- sei que não vou por aí!

José Régio, Cântico Negro

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Bom fim de semana

Pintura de Carl Larsson

Momentos de ouro....





  
 Há dois dias fui passear com o amado Gabriel a Lisboa.
  Não consigo descartar-me, e ainda bem, da minha vida de "prof" . O eterno prazer de passear com miúdos e mostra-lhes a vida e a arte, seja ela qual for.

Ontem, comboio, rio, castanhas assadas nas brasas, o prazer de as descascar, barcos, paquetes, frio, vento, ameaça de chuva ... Uma árvore na Praça do Comercio que não tinha luzinhas, mas uma Praça do Município com animado carrossel .
  Introdução aos eléctricos, antigos e modernos . Sem lhe contar que também se podem virar ... É bom omitir . Mas aconteceu hoje.
Rua do Arsenal, bem moderninha, quase sem transito . Esplanadas . Tempo de copo de leite e avó de imperial com um sonho...
Tempo de regresso, de comboio de novo, ao qual o petiz não achou piada ... Já tinha ido do Estoril ao Cais do Sodré , para quê de novo comboio ? E, aí, começou a chorar pela querida mamã...
Calou-se. Tenho os meus métodos em SOS,
Uma tarde feliz....

sábado, 8 de dezembro de 2018

Não é um conto de Natal ...


Não consigo passar mais um dia sem falar de algo que me impressionou muito e que repetidamente , como sempre, as televisões passaram. A agressividade e malfeitoria que os formadores da GNR infligiram aos seus formandos e as mortes nos Comandos são recentes e tortuosas.

Hoje dá para entender a razão da bestialidade desta força de defesa e de ataque, em circunstancias em que não é preciso usar de tal força. Mas quem é humilhado e espancado, quando chega a sua vez faz o mesmo. A violência numa bola de neve.
Faz me lembrar uma professora primária numa aldeia perto da Figueira da Foz, meados do séc. XX, amiga de nossa casa, que mandava um aluno matulão e do seu agrado, bater no rapaz que estivesse no quadro, sem conseguir resolver os complicados problemas a juntar os gritos e insultos da mestra . Imagine-se a nervoseira dos alunos. Passei por isso.
Então, a senhora professora, gritava para o aluno escolhido para substituir a sua régua e cana da índia :_ Ó Carlos, olha que se não bates com força, sou eu que te vou bater a valer. 
Eu, quando a visitava, assisti cenas dessas. Pensava para mim, "se um tipo me batesse a mando, chegava cá fora e derretia-o"... 
Mas a realidade desta conversa tem a ver com as agressões e a minha pouca , mas mesmo muito pouca simpatia pelos militares e forças paramilitares . De uma maneira geral são arrogantes , vaidosos, e que seguem o lema , "obedeço aos meus superiores e mando nos meus inferiores ". 
Tenho estórias contadas de cenas vividas nos quartéis, onde se ía fazer a recruta, caso das Caldas da Rainha, onde um conhecido capitão de Abril mal tratava e insultava com impropérios os seus recrutas. Passado. 
Mas o que me marcou mais, na Figueira da Foz , onde havia dois quartéis de instrução auto . Eram usados uns carros sem portas , o instrutor e instruendo à frente e mais 2 ou 3 soldados atrás. Subiam lentamente uma rua junto a minha casa pela qual eu subia para a escola primária e mais tarde para o liceu. Além dos gritos e impropérios que eu ouvia, várias vezes vi o instrutor dar bofetadas nos pobres soldados, rapazes jovens, 19, 20 anos. 
A semente da revolta e da injustiça cresceu em mim desde miuda e penso que começou nestes gestos de "de pedagogia esclavagista".
Nada ou quase nada mudou quanto a violência intramuros.
Aos militares, se os houver por aqui que não se identifiquem comigo , pois poderão ser boas pessoas....  , não me levarão a mal. Forças de segurança, são hoje mais simpáticos e com outra formação. Mas tal como dizíamos há uns anos largos, "polícia 
é policia em qualquer parte do mundo.
Boa noite .

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Será que já abri a porta de Dezembro ? Carl Larson, vem aí...


Aguarelas de Carl Larson
   Paulatinamente vou entrando no mês e no Mar ... à Vista, quase sempre com vista de mar.
   A vida mudou ou fui eu que mudei? Ah, mudámos as  duas,  porque eu faço parte da vida a que me proponho, da que me surpreende , nem sempre pela positiva, e naquela em que me envolvo por amor e necessidade .
   Os ritmos são outros porque a idade também é outra e por vezes até parece sentir-me na Idade do Gelo...
   O gelo vai derretendo sentido-me por vezes lavada em suores. Um suor de cheiro agradável ,um brilho imenso nos olhos , de onde explodem  lágrimas salgadas e quentes que me deixam num mar que não de lágrimas , mas de amor.
É a metamorfose causada por dois pequenitos, o Benjamim e o Gabriel, sangue do meu sangue e do meu suor. 
   Vida