No âmbito do Dia Mundial do Livro que se festeja dia 23, deixo AQUI um apontamento da razão da sua existência. Coisa recente...
Resolvi entrar na festa, partilhando o livro que ando a ler . Apresentações para quê ? O autor é cá da casa, entenda-se o espaço dos livros...
Tinha registado a dissertação sobre a cor da cidade de Lisboa, na página 15, a qual também tinha e tenho por hábito de chamar "cidade branca", por três razões :
1ª. porque gosto do branco.
2ª por influencia do filme , como refere MdeC.
3ª por ternura pela cidade que realmente de "branca" tem pouco.
Passo a transcrever o que tão bem o escritor descodifica, o homem que também me fez aprender a cor "magenta", através da leitura do seu livro, "A Sala Magenta". Cor de que parece muito gostar.
"Quanto à cor de Lisboa, de tons sempre variáveis com o fluir das estações e os caprichos dos sóis e das atmosferas, disponho-me a jurar e a declarar notarialmente que branca não é. Basta subir-se ao miradouro da Senhora do Monte, ali a S. Gens, ou ao terraço do Hotel Sheraton, ou àquele enorme edifício azul que fecha a alameda dom Afonso Henriques nos altos da Barão de Sabrosa, ou mesmo ao humilde convés dum cacilheiro, para poder verificar que a cidade, descontando o grená rugoso dos telhados, varia entre os rosas-suaves, os verdes esbatidos, os amarelos-doces, em milhentas tonalidades que não fazem mal à vista. Lá terá as suas brancuras aqui e além, mas estão preciosamente colocadas, para compor o todo.
Mas isto dos gostos e de cores, parece que não é para discutir. Já foi, mas agora não é para discutir.
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O que importa asseverar por agora é que, ainda que a cor magenta não venha nos dicionários, o que quase a candidata à inexistência, lançada naquela rua, desmerece tanta gritaria e intolerância
Sempre gostei de Lisboa. Uma aprendizagem com o tempo e as circunstancias. Não sou lisboeta, mas quase... De cá para lá e de lá para cá, Lisboa/Cascais, mais a itinerância da vida de professora. E foi a atravessar o Tejo, de cacilheiro, durante quatro anos, e que a partir de Maio eu já me bronzeava e olhava apaixonadamente a partir do exterior do barco, a cidade, o Castelo de S.Jorge. Um enamoramento que por ironia do destino ou dos concursos, atirou comigo e em boa hora , para a escola da freguesia do Castelo, para uma escola desconhecida de muitos e muito bonita, onde fiquei durante 10 anos.