Só nos Pertence o Gesto que FizemosSó nos pertence o gesto que fizemos
não o fazê-lo como, iludida,
a divindade que em nós já trouxemos
supõe errada (e não) por convencida.
Porque o traçado nosso em breve cessa,
para que outro o recomece e não progrida;
que um gesto em ser gesto real se meça,
não está em nós fazê-lo, mas na Vida.
Assim o nada a sagra quando finda
porque o que é, só é o não ainda.
Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'
segunda-feira, 25 de março de 2013
Um gesto, uma posição. um estar... O desespero...
«Tenho toda a espécie de estudos de cavadores, de semeadores, homens e mulheres. De momento
trabalho muito no desenho a carvão e a lápis Conté ; experimentei igualmente a sépia e a aguarela. Enfim , não posso dizer-lhe se vai achar progressos nos meus desenhos, mas neles descobrirá mudanças, seguramente. » Vincent sabe que está a fazer progressos. Mas esses mesmos progressos provocam dúvidas.
Depois de anos de dúvidas, de exílios, de fracassos, Vincent começa a reconhecer-se, pela primeiríssimo vez na sua vida.
Durante muito tempo, Vincent não pinta retratos; pinta apenas aquilo a que chama" figuras": homens e mulheres que não posam pelos seus traços, mas sim por um gesto, uma atitude...
Este Velho a Chorar (1882) não é um retrato. Se retrato há, é o desespero que posa...
Conversas de Vincent com G. A. Van Rappard, com que partilhou a paixão pela pintura.
trabalho muito no desenho a carvão e a lápis Conté ; experimentei igualmente a sépia e a aguarela. Enfim , não posso dizer-lhe se vai achar progressos nos meus desenhos, mas neles descobrirá mudanças, seguramente. » Vincent sabe que está a fazer progressos. Mas esses mesmos progressos provocam dúvidas.
Depois de anos de dúvidas, de exílios, de fracassos, Vincent começa a reconhecer-se, pela primeiríssimo vez na sua vida.
Durante muito tempo, Vincent não pinta retratos; pinta apenas aquilo a que chama" figuras": homens e mulheres que não posam pelos seus traços, mas sim por um gesto, uma atitude...
Este Velho a Chorar (1882) não é um retrato. Se retrato há, é o desespero que posa...
Conversas de Vincent com G. A. Van Rappard, com que partilhou a paixão pela pintura.
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