Devemos demorar algum tempo a apagar as fotografias que marcam momentos da nossa vida. Algumas, nem deveriam ficar tanto tempo no baú das recordações. Tornam-se esqueletos ou o seu contrario. A imagem pode ser sempre relativizada.
Em relação a Nicolau Breyner e ao encontro de quinta feira na Casa das Histórias Paula Rego, onde ele participou como convidado do painel, para falar de DEMOCRACIA EM TELEVISÃO e onde pouco falou, fui precipitada. Deletei mais rápido que o normal, segundo a minha natureza. Ora seria uma fotografia de grupo , recente e vivenciada por mim que eu poderia assinalar este momento que nos surpreendeu a todos.
Seria uma forma de o homenagear de perto. de dizer o que pensei e partilhei com quem estava comigo. Achei-o abatido, não tinha o bom aspecto que por aí tenho ouvido dizer, estava visivelmente abatido e sem muita energia . Talvez estivesse cansado... Era noite.
Na assistência, estava Lili Caneças, que não é a loura burra que se pensa, mas
que um dia disse :- estar vivo é o contrário de estar morto.
Bem podia ser uma piada de humor do inesquecível artista Nicolau.
Não fui só eu a sentir NB menos bem.
"Francisco Pinto Balsemão destacou logo a seguir o papel de Nicolau Breyner como apoiante do “projecto SIC” nos anos 1980. “Era um grande homem, um grande actor – de cinema, de teatro e de televisão, é preciso não esquecer –, um produtor, um criativo.” O fundador do grupo Impresa revelou ter estado com Nicolau Breyner na quinta-feira, tendo-o achado “um pouco triste, um pouco apático”. (Público de ontem)
Ver partir um artista , um criativo, é sempre emprestá-lo aos anjos . Se for um homem bom, como era o caso, ficam os anjos ainda mais ricos e os amigos na indigência afetiva.
E, tinha olhos castanhos....