quarta-feira, 8 de maio de 2019
Dia V , 8 de Maio de 1945
Assinalam-se hoje 74 anos sobre o Dia da Vitória na Europa, a data formal da rendição da Alemanha nazi, que marcou o fim da II Guerra Mundial no continente europeu. Nesse dia 8 de maio de 1945 milhões de pessoas acreditaram que o espectro do fascismo estava definitivamente afastado da Europa. Mas o fantasma nunca deixou de pairar. E hoje, o “velho demónio” ganha força. Assistimos à ascensão do populismo, ao regresso do ódio, ao reforço dos nacionalismos e ao crescimento das pulsões autoritárias em vários países europeus. Entre os 28 estados-membros da União Europeia, só seis – Portugal, Luxemburgo, Malta, Irlanda, Reino Unido e Roménia – não têm a extrema-direita representada nos parlamentos nacionais. Sozinhos ou em coligação, os partidos ultra-nacionalistas conseguiram mesmo subir ao poder em nove países europeus (Polónia, Hungria, República Checa, Itália, Áustria, Finlândia, Letónia, Eslováquia e Bulgária). O crescimento da extrema-direita vai refletir-se inevitavelmente nas próximas eleições europeias de 26 de maio. Serão "as mais importantes da história da UE", vaticinou Steve Bannon, antigo estratega de Trump, mentor de Bolsonaro e ideólogo da nova extrema-direita um pouco por todo o mundo, que montou um "quartel general" na Europa para impulsionar uma aliança dos vários partidos ultranacionalistas europeus. O objetivo está traçado: conseguir que a extrema-direita alcance pelo menos 30% dos lugares no Parlamento Europeu (PE). A meta é assustadora, mas não é irrealista. Segundo uma projeção divulgada no mês passado em Bruxelas, a aliança destes partidos pode mesmo tornar-se a terceira força política em Estrasburgo. “Entrámos noutra conceção do tempo. É a primeira vez que temos um tempo sem esperança, e isso é mortal”, resumiu segunda-feira à noite o filósofo francês Bernard-Henri Lévy (BHL), que apresentou, em Lisboa, o monólogo teatral Looking for Europe. No texto, adaptado a cada um dos 20 países onde levará a peça nas próximas semanas, BHL elogiou o exemplo de Portugal, um "oásis de tranquilidade política" por enquanto “poupado ao populismo” que ameaça o continente. Mas não deixou de fazer referência a André Ventura, do recém-formado Basta!. "Por enquanto não representa nada, mas há dois anos o (partido de extrema-direita espanhol) Vox também não era nada”, avisou. Lido no Expresso Curto de hoje . |
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