«Frederico Garcia Lorca!Era popular com uma guitarra, alegre, melancólico, profundo e claro como uma criança, como o povo. Se se procurasse, dificilmente, passo a passo pelos recantos, a quem sacrificar, como se sacrifica um símbolo, não se encontraria o popular espanhol, em velocidade e profundidade, em ninguém e nada como neste ser escolhido.
Escolheram-no bem aqules que, ao fuzila-lo, quiseram disparar sobre o coração da sua raça. Escolheram para esmagar e martirizar a Espanha, esgotá-la do seu perfume mais rápido, quebrá-la na sua respiração mais veemente, cortar o seu riso mais indestrutivel.....»
Estará morto, oferecido como uma açucena, como uma guitarra selvagem, sob a terra que os seus assassinos lançaram com os seus pés sobre as suas feridas, mas a sua raça defende-se com os seus cantos, de pé e cantando, enquanto lhes brotam da alma turbilhões de sangue e assim estarão para sempre na memória dos homens.»
in, Nasci para nascer, de Pablo Neruda
4 comentários:
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E penso que a poesia é uma acção passageira ou solene em que entram em doses medidas a solidão e solidariedade, o sentimento e a acção, a intimidade da própria pessoa, a intimidade do homem e a revelação secreta da Natureza.
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in - neruda
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Muito bom!
Uma dupla de peso, Neruda e Garcia Lorca! É caso para dizer: "eu tenho 2 amores, não sei de qual gosto mais" ;-)
Recomendo-lhe ouvir "Ana Belém" cantar F. G. Lorca, um CD intitulado "Lorquiana" (Lorca + Ana), com arranjos musicais de Leonard Cohen, entre outros.
Lindo....
Dois com nota máxima!
:))
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