Eu canto para ti um mês de giestas
um mês de morte e crescimento ó meu amigo
como um cristal partindo-se plangenteno
fundo da memória perturbada.
Eu canto para ti um mês onde começa a mágoa
e um coração poisado sobre a tua ausência
eu canto um mês com lágrimas e sol o grave mês
em que os mortos amados batem à porta do poema.
Porque tu me disseste: quem me dera em Lisboa
quem me dera em Maio. Depois morreste
com Lisboa tão longe ó meu irmão de Maio
que nunca mais acenderás no meu o teu cigarro.
[...]
Porque tu me disseste: quem me dera em Maio
porque te vi morrer eu canto para ti
Lisboa e o sol. Lisboa viúva (com lágrimas com lágrimas).
Lisboa à tua espera ó meu irmão tão breve.
Manuel Alegre, A Praça da Canção (excerto de poema)
3 comentários:
Não consigo ler o poema...
... começo logo a cantar e a "ouvir" o Adriano...
Obrigada.
Beijos
Acontece-me o mesmo que à Maria.
Lindo, tudo! Até me arrepia.
Beijinho arrepiado mesmo!
:)))))
Grande Adriano!
Abreijo.
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