sexta-feira, 23 de abril de 2010

António no Outro Lado do Mundo - dia mundial do livro



Esta a estória , quer pelo conteùdo quer pelos desenhos, que eu gostaria de oferecer neste dia , a míudos e graúdos, tal como o fez o meu rebento António, depois de regressar de três dias de puro lazer, em tempo de juventude em fase de autonomia.... como acto de reconciliação...

É muito lindo.... (Edições Kual, de Malachy Doyle e ilustração de Carll Cneut)
ANTÓNIO FOI VISITAR A SUA ENCANTADORA AVÓ, numa pequena ilha no outro lado do mundo.
Divertiram-se a valer, remando no barco da avó por todo lado e a atirarem pão com doce aos rabugentos monstros marinhos.
Mas depois de uma semana muito divertida, António já não conseguia chegar aos remos.
E depois de outra semana também muito divertida, já nem conseguia
espreitar pela borda do barco.
“ Gosto muito que estejas comigo,” disse a avó.
“Mas estás com metade do tamanho que tinhas quando chegaste. Tens saudades da tua mãe, esse é que é o problema. Está na hora de ir para casa.”
Então a avó preparou-lhe um grande saco cheio de pão com doce, beijou-o na adorável cabecita, e ele lá partiu.
De regresso a casa, António arranjou trabalho num navio, “És muito pequeno para grumete” disse o velho capitão mal humorado, “Mas acho que serves”.
O trabalho era duro e o mar agitado, mas “Vou para casa!” cantava António alegremente.
“Porque quero estar em casa com a minha Mãe!”
O pequeno António chegou finalmente a terra firme, mas agora estava ainda mais pequeno.
Muito mais pequeno.
(bom, como aa estória é longuita, só quero dizer que o pequeno António foi tendo várias ocupações ,, mesmo dentro da sua pequenez mas sempre cantando “Vou para casa!”
“Vou para junto da minha mãe!”

Finalmente , António chegou a casa, mas estava tão pequenino que a sua mãe não deu por ele.
“Olá mãe!” guinchou, mas ela não o conseguia ver e muito menos ouvir….
“O que é?” disse, olhando á sua volta.
“É um rato?”
“Sou eu, o teu filho!” gritou António puxando-lhe a saia.
“Quem está aí?” disse a mãe
“É um duende”
Então o pequeno António saltou para cima da mesa, mesmo à frente dos seus olhos, e gritou,
“SOU EU, O ANTÓNIO, CHEGUEI FINALMENTE!”
“É maravilhoso ter-te de volta, meu amor, mas seria melhor se crescesse um pouco.”
E então a mãe deu-lhe pão
E deu-lhe leite, deu-lhe carne
E deu-lhe cenouras, deu-lhe bolo e deu-lhe papas,
Até que ele cresceu,
E cresceu
E cresceu.
Cresceu tanto que podia sentar-se no telhado a gritar,
“QUE BOM QUE É ESTAR EM CASA!”
E acenava à sua encantadora avó no outro lado do mundo.
E a avó acenava-lhe de volta.

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