QUANDO A LUA CHEIA CHEGAR IREI A SANTIAGO DE CUBA
Quando a lua cheia chegar, irei a Santiago de Cuba
Irei a Santiago num coche de água negra
Irei a Santiago
Cantarão os tetos de palmeira
Irei a Santiago
Quando a palma quer ser cegonha
Irei a Santiago e quando quer ser medusa a bananeira
Irei a Santiago
Irei a Santiago com a loura cabeça de Fonseca
Irei a Santiago
E com a rosa de Romeu e Julieta
Irei a Santiago
Mar de papel e prata de moedas
Irei a Santiago
Oh, Cuba! Oh ritmo de sementes secas!
Irei a Santiago
Oh, cintura quente e gota de madeira!
Irei a Santiago
Harpa de troncos vivos
Jacaré
Flor de tabaco
Irei a Santiago
Sempre disse que iria a Santiago num coche de água negra
Irei a Santiago
Brisa e álcool nas rodas
Irei a Santiago
Meu coral na treva
Irei a Santiago
O mar afogado na areia
Irei a Santiago
Calor branco fruta morta irei a Santiago
Oh, bovino frescor de carriço!
Oh, Cuba! Oh, curva de suspiro e barro!
Irei a Santiago
Federico Garcia Lorca
1 comentário:
Não conhecia este poema. Mas não me importava nada de estar agora em Santiago... ai aquela Sierra Maestra, tão fresca...
Um abraço.
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