Correm turvas as águas deste rio,
Que as do céu e as do monte as enturbaram;
Os campos florescidos se secaram,
Intratável se fez o vale, e frio.
Passou o Verão, passou o ardente Estio,
Úas cousas por outras se trocaram;
Os fementidos Fados já deixaram
Do mundo o regimento, ou desvario.
Tem o tempo sua ordem já sabida;
O mundo, não; mas anda tão confuso,
Que parece que dele Deus se esquece.
Casos, opiniões, natura e uso
Fazem que nos pareça desta vida
Que não há nela mais que o que parece.
Que as do céu e as do monte as enturbaram;
Os campos florescidos se secaram,
Intratável se fez o vale, e frio.
Passou o Verão, passou o ardente Estio,
Úas cousas por outras se trocaram;
Os fementidos Fados já deixaram
Do mundo o regimento, ou desvario.
Tem o tempo sua ordem já sabida;
O mundo, não; mas anda tão confuso,
Que parece que dele Deus se esquece.
Casos, opiniões, natura e uso
Fazem que nos pareça desta vida
Que não há nela mais que o que parece.
LUÍS DE CAMÕES
Mão amiga fez-me chegar este poema como forma de matar saudades e com algumas preocupações sociais...
Mandou-me partilhá-lo se o desejasse. Ele aqui está para vós ...
Tenho andado ausente das vossas "casas"por motivos maiores que um dia destes hão-de ser mais ligeiros.
Boa semana deste lindo mês que é o Maio....
(Imagem Google)
3 comentários:
Minha querida Anamar, seu blog está lindo. È um prazer saborear suas ideias e telas. bjs, Eliete
Muito bem, AnaMar. Gostei de ler.
Bons dias também para ti
Beijinhos, minha linda!
:)))
As aguas estão turvas..e como podemos nós andar limpos ,airosos ,felizes se nos alimentamos destas águas?
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