A LUÍS DE CAMÕES
Sem lástima nem ira o tempo arromba
As heróicas espadas. Pobre e triste
À pátria nostálgica voltaste,
Ò capitão, para nela morrer
E com ela. No mágico deserto
Tinha-se a flor Portugal perdido
E o áspero espanhol, antes vencido,
Ameaçava o seu costado aberto.
Quero saber se aquém da ribeira
Última compreendeste humildemente
Que tudo o perdido, o Ocidente
E o Oriente, o aço e a bandeira,
Perduraria (alheio a toda a humana
Mutação) na tua Eneida lusitana.
As heróicas espadas. Pobre e triste
À pátria nostálgica voltaste,
Ò capitão, para nela morrer
E com ela. No mágico deserto
Tinha-se a flor Portugal perdido
E o áspero espanhol, antes vencido,
Ameaçava o seu costado aberto.
Quero saber se aquém da ribeira
Última compreendeste humildemente
Que tudo o perdido, o Ocidente
E o Oriente, o aço e a bandeira,
Perduraria (alheio a toda a humana
Mutação) na tua Eneida lusitana.
De Jorge Luís Borges
1 comentário:
Surpresa, não sabia o Borges a ter feito um poema a Camões!E que excelente anáilise:))
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