1.“O Canto do Fado terá um papel fundamental na difusão das ideias libertárias em Portugal…
Folhetos há que são fundamentais para se perceber o amor e dedicação que um grupo de homens – hoje em muito ignorados ou esquecidos – deu a este canto urbano, operário e libertário, contribuindo para a implantação da República em Portugal em Outubro de 1910.
2. Canto Libertário
O Canto do Fado emerge, documentalmente, na cidade de Lisboa, no segundo quartel do Século XIX, fortemente ancorado na palavra poética improvisada, logo dialogal, e também em determinado tipo de coreografias. No inicio da segunda metade do mesmo séc. , transforma-se num canto libertário, suportados pela décima – improvisada ou memorialista – e cuja origem terá que sr encontrada na industrialização e na catequética operária de espírito internacionalista.
Assim o Canto do Fado é, antes de mais, um canto produto da imprensa e da industrialização.
O Canto do Fado que se pratica em 1910 é um canto engajado na luta politica, fazendo parte de uma grande família de práticas de cariz industrial, com uma geografia que vai de Lisboa a Buenos Aires, de Múrcia a Havana, e que utilizaram a mesma estrofe e melodias populares locais ou regionais para transmitir conhecimentos e internacionalizar uma noção de classe, em muito suportadas por um discurso de paz, que este provérbio levantino muito bem caracteriza:
Quem afia versos, não afia navalhas.”
Folhetos há que são fundamentais para se perceber o amor e dedicação que um grupo de homens – hoje em muito ignorados ou esquecidos – deu a este canto urbano, operário e libertário, contribuindo para a implantação da República em Portugal em Outubro de 1910.
2. Canto Libertário
O Canto do Fado emerge, documentalmente, na cidade de Lisboa, no segundo quartel do Século XIX, fortemente ancorado na palavra poética improvisada, logo dialogal, e também em determinado tipo de coreografias. No inicio da segunda metade do mesmo séc. , transforma-se num canto libertário, suportados pela décima – improvisada ou memorialista – e cuja origem terá que sr encontrada na industrialização e na catequética operária de espírito internacionalista.
Assim o Canto do Fado é, antes de mais, um canto produto da imprensa e da industrialização.
O Canto do Fado que se pratica em 1910 é um canto engajado na luta politica, fazendo parte de uma grande família de práticas de cariz industrial, com uma geografia que vai de Lisboa a Buenos Aires, de Múrcia a Havana, e que utilizaram a mesma estrofe e melodias populares locais ou regionais para transmitir conhecimentos e internacionalizar uma noção de classe, em muito suportadas por um discurso de paz, que este provérbio levantino muito bem caracteriza:
Quem afia versos, não afia navalhas.”
Texto de Paulo Lima, in Catálogo de exposição Fado 2010
“ A Pátria enfim respirou”: o triunfo da República
Viva a Pátria Portugueza
Que a República salvou,
De morrer na indigência
A que a monarquia a deitou.
Nobre pátria sem igual,
Berço de navegadores
E de heróis libertadores,
Grande e nobre Portugal,
Ia tendo por seu mal
Quem a levasse à vileza
Mas derrotou-se a nobreza
Pelo pendão verde-rubro,
Viva o dia 5 d' Outubro
Viva a Pátria Portugueza.
Ao sentir-se a derrocada
Da extinta monarquia,
A Pátria sucumbiria
Por estar mal governada,
Mas a turba ignorada
A que glória a levou,
Na Rotunda vincou
Patriotismo sem igual,
Pois foi o velho Portugal
Que a República salvou.
Imperava o cinismo
Governando a nação,
Mandava a perversão
E o vil jesuitismo,
Mas o povo com civismo
Com tacto e inteligência,
Não consentiu a demência,
D um rei novato e banal,
Evitando Portugal
De morrer de indigência.
Homens de raro valor
Como Costa e outros mais,
Usam processos leais
E à Pátria dão vigor
Brilha já a rubro a cor
Da bandeira que a salvou,
E a Pátria enfim respirou
Ao ser expulso, o mal, o vício,
Está livre do pecipício
A que a monarquia a deitou.
Fado Republicano (para piano)
Música de Reynaldo Varella ,10 de Outubro de 1910
Que a República salvou,
De morrer na indigência
A que a monarquia a deitou.
Nobre pátria sem igual,
Berço de navegadores
E de heróis libertadores,
Grande e nobre Portugal,
Ia tendo por seu mal
Quem a levasse à vileza
Mas derrotou-se a nobreza
Pelo pendão verde-rubro,
Viva o dia 5 d' Outubro
Viva a Pátria Portugueza.
Ao sentir-se a derrocada
Da extinta monarquia,
A Pátria sucumbiria
Por estar mal governada,
Mas a turba ignorada
A que glória a levou,
Na Rotunda vincou
Patriotismo sem igual,
Pois foi o velho Portugal
Que a República salvou.
Imperava o cinismo
Governando a nação,
Mandava a perversão
E o vil jesuitismo,
Mas o povo com civismo
Com tacto e inteligência,
Não consentiu a demência,
D um rei novato e banal,
Evitando Portugal
De morrer de indigência.
Homens de raro valor
Como Costa e outros mais,
Usam processos leais
E à Pátria dão vigor
Brilha já a rubro a cor
Da bandeira que a salvou,
E a Pátria enfim respirou
Ao ser expulso, o mal, o vício,
Está livre do pecipício
A que a monarquia a deitou.
Fado Republicano (para piano)
Música de Reynaldo Varella ,10 de Outubro de 1910
3 comentários:
Ainda temos muitos fados
para cantar por contar
e sofrer
neste ciclo de marés
Muito interessantes estas informações sobre o fado nessa época. Confesso a minha ignorância sobre esta faceta do fado...
Abracinho
Anamar que bom aprender um pouquinho mais sobre fado e sobre Portugal.
Fico triste quando leio sobre os problemas que vocês enfrentam aí neste país irmão.bjs.
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