Um livro de que muito gostei e do filme também... Duras, sempre.
O tempo passou mais uma vez.
Vemo-la na rua. Caminha depressa.
Depois vemo-la no vestíbulo do hotel. Agarra numa chave.
Vemo-la depois nas escadas.
Finalmente, abre a porta do quarto. Entra e estaca como diante de um abismo ou como se alguém estivesse já no quarto. Depois retira-se, às arrecuas. Em seguida, vemo-la fechar suavemente a porta do quarto.
Subir as escadas, descê-las, tornar a subi-las, etc.
Regressar pelo mesmo caminho. Ir e vir no corredor. Torcer as mãos, procurando uma saída, mas sem a encontrar, e, de repente, voltar ao quarto. E, desta vez, suportar o espectáculo daquele quarto.
Vai ao lavatório, molha o rosto na água. Ouve-se a primeira frase do seu monólogo interior:
Ela. - Julga-se que se sabe. E, afinal, não se sabe nada. Nunca.
Ela.- Conhecer a duração exacta do tempo. Saber como o tempo, por vezes, se precipita e, depois, a sua lenta queda inúltil, que é preciso, no entanto aprender a lucidez.
Ela. - Vou ficar em Hiroshima. Com ele, todas as noites. Em Hiroshima.
Excerto do livro de Marguerite Duras, Hiroshima meu Amor
Estamos no Verão de 1957, em Agosto, na cidade de Hiroshima.
Uma mulher francesa, de cerca de 30 anos, está na cidade. Veio aqui para interpretar um filme sobre a Paz. A história começa na véspera do seu regresso a França desta francesa. O filme em que ela toma parte ,está com efeito, terminado. Falta apenas filmar ma sequência.
É na véspera do seu regresso a França que esta mulher anónima, encontrará um japonês (engenheiro ou arquitecto) e terá com ele uma breve ligação amorosa.
As condições do seu encontro nunca serão esclarecidas. Não é aí que reside o problema. Por todo o mundo as pessoas se encontram. O que importa é o que se segue a esses encontros quotidianos.
O tempo passou mais uma vez.
Vemo-la na rua. Caminha depressa.
Depois vemo-la no vestíbulo do hotel. Agarra numa chave.
Vemo-la depois nas escadas.
Finalmente, abre a porta do quarto. Entra e estaca como diante de um abismo ou como se alguém estivesse já no quarto. Depois retira-se, às arrecuas. Em seguida, vemo-la fechar suavemente a porta do quarto.
Subir as escadas, descê-las, tornar a subi-las, etc.
Regressar pelo mesmo caminho. Ir e vir no corredor. Torcer as mãos, procurando uma saída, mas sem a encontrar, e, de repente, voltar ao quarto. E, desta vez, suportar o espectáculo daquele quarto.
Vai ao lavatório, molha o rosto na água. Ouve-se a primeira frase do seu monólogo interior:
Ela. - Julga-se que se sabe. E, afinal, não se sabe nada. Nunca.
Ela.- Conhecer a duração exacta do tempo. Saber como o tempo, por vezes, se precipita e, depois, a sua lenta queda inúltil, que é preciso, no entanto aprender a lucidez.
Ela. - Vou ficar em Hiroshima. Com ele, todas as noites. Em Hiroshima.
Excerto do livro de Marguerite Duras, Hiroshima meu Amor
Estamos no Verão de 1957, em Agosto, na cidade de Hiroshima.
Uma mulher francesa, de cerca de 30 anos, está na cidade. Veio aqui para interpretar um filme sobre a Paz. A história começa na véspera do seu regresso a França desta francesa. O filme em que ela toma parte ,está com efeito, terminado. Falta apenas filmar ma sequência.
É na véspera do seu regresso a França que esta mulher anónima, encontrará um japonês (engenheiro ou arquitecto) e terá com ele uma breve ligação amorosa.
As condições do seu encontro nunca serão esclarecidas. Não é aí que reside o problema. Por todo o mundo as pessoas se encontram. O que importa é o que se segue a esses encontros quotidianos.
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