Pintor naif, Ronaldo Mendes
Sabendo dos malefícios da "inatividade", causa de mal fazer aos outros e a si próprio, gostei do excerto do livro com que estou entre mãos e espero mais logo chegar ao fim...
"... formulava Theodor a hipótese de que o bem e o mal têm origem na inatividade e no tédio, e que, portanto, a atividade concreta, especializada, dirigida individualmente, provocava, pelo contrário, uma atitude moralmente neutra em relação ao mundo; a atividade - o trabalho propriamente dito - poderia ser, então, a forma de evitar os grandes horrores, os grandes massacres da História, aceitando-se, porém, ao mesmo tempo, que também assim desapareceriam as condições para o surgir de grandes ações e de homens santos. Sendo no entanto, para Theodor, de uma absoluta evidência a reduzida importância dos atos bons, quando considerados num tempo longo, ao contrário dos atos de maldade pura, que se haviam transformado no verdadeiro motor da História....
... A santidade, historicamente, não funcionava, e tal era, para ele, naquele momento, uma descoberta importante. O progresso depende apenas da velocidade do mal e das respostas que este provoca, murmurava para si próprio.
(Theodor, é psiquiatra... )
In, Jerusalém, de Gonçalo M. Tavares
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