Barro de Mistério, Santo António
(...)
És este, e este és tu, e o povo é teu-
O povo que não sabe onde é o céu,
E nesta hora em que vai alta a lua
Num placido e legitimo recorte,
Atira risoa naturais à morte,
E cheio de um prazer que mal é seu,
Em canteiros que andam enche a rua.
Sê sempre assim, nosso pagão encanto,
Sê sempre assim!
Deixa lá Roma entregue à intriga e ao latim,
Esquece a doutrina e os sermões.
De mal, nem tu nem nós mereciamos tanto.
Foste Fernando de Bulhões,
Foste Frei António -
Isso sim.
Porque demónio
É que foram pregar em santo?
De Fernando Pessoa, in Os Santos Populares
*(porque andam por aí umas falsificações...:))"
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