(2) Ainda Frida e Diego... nenhum deles ficou na sombra...
«Frida é o único exemplo na história da arte de uma pessoa que dilacerou o peito e o coração para dar conta da verdade biológica que continham, e que, possuída pela razão-imaginação que vai mais depressa do que a luz, pintou a sua mãe e a sua ama, sabendo na realidade que os seus traços lhe eram desconhecidos, o rosto da mulher amada que lhe serviu de ama é apenas uma máscara índia de pedra dura, e as suas glândulas, semelhantes a cachos que vertem leite numa chuva que fecunda a terra, em lágrimas que fecundam o prazer; e a mãe, a mater dolorosa dos sete golpes de faca de dor que libertam a efusão de onde emerge a criança Frida, única força humana que, desde que o poderoso artista asteca ousou esculpir um parto em basalto negro, representou o seu próprio nascimento em toda a sua realidade» (1)
A evocação da deusa parturiente, que dá à luz agachada, com uma expressão de dor no rosto, sela o pacto moral e estético que une eternamente Diego e Frida.
Na última página do diário, Frida marca, ao lado do desenho que representa o anjo negro da morte, as pa- lavras mais terríveis e as mais duras da sua vida, as palavras que exprimem verdadeiramente o seu caráter sem falha: «Espero alegre la salida - y espero nunca volver» (AQUI) , um belo trabalho
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