- As duas Bertas: a forte e a magrinha
Esta é mais uma estória para adultos, embora pareça destinada a crianças, pela infantilidade que nela está implícita. São assim, porém, os tempos que correm, pelos vistos.
Anunciaram as gazetas que o sr. Mario Draghi iria apresentar uma “bazooka” para pôr termo aos ataques ao euro por parte dos especuladores. Os meus compatriotas alemães encheram-se de brio, ...
e traduziram o termo para o idioma de Goethe e de Hitler: “bazooka” passou a ser “dicke Bertha”, que o mesmo é dizer “Berta, a forte”.
Para os meus leitores que não percebam esta alusão, a “dicke Bertha” era um canhão enorme, inventado pelo sr. Krupp, para ser usado, na primeira Guerra Mundial, contra a França. Era tão pesado que foi preciso transportá-lo pela via férrea. Levado até aos arredores de Paris, a 100 km de distância, começou a destruir a capital dos Franceses, disparando uns obuses gigantescos, que produziam um estrondo medonho. Aquilo dava um tiro... e um prédio inteiro vinha abaixo.
Ora talvez seja conveniente acrescentar um pequeno pormenor acerca da genialidade criativa do sr. Kupp, o inventor do prodígio, como já sabemos. O bom homem tinha o escritório por cima da cavalariça. E sempre que um cavalo largava uma bosta, as narinas do industrial do Vale do Ruhr, lá em cima, captavam-lhe o odor, que lhe subia ao cérebro, inspirando-o a conceber um novo canhão.
Então é fácil de concluir que, por baixo da “dicke Bertha”, tem que estar uma monumental cagada.
Pois muito bem: regressando aos tempos de agora, os media, incluindo “Der Spiegel”, semanário que se publica em Hamburgo, foram à conferência de imprensa do sr. Draghi... a tal em que ia ser anunciada a super arma... e tiveram que concluir, desiludidos, que aquilo não era nada que se parecesse com a “dicke Bertha”. Só podia ser a “dünne Bertha”, ou seja, uma Berta magrinha.
Moral da estória: um banqueiro com os modos aristocráticos do italiano Draghi jamais poderia atingir a genialidade brutal de um Krupp. Quem ler a fonte que citei (“Der Spiegel” de 06.07.12) irá perceber como os agentes dos Alemães, soberbo gado, se encarregaram de manipular os cavalos, provocando-lhes prisão de ventre... digamos assim, para retomar a bestial imagem de gente que se julga muito “esperta”.
Texto de Jaime Ferreira da Silva," amigo"facebokiano"
sábado, 18 de agosto de 2012
As palavras dos outros...
( Este dado, clicando, mexe...)
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