ESTIMADOS COMPATRIOTAS
ACERCA do filho-da-puta, como acerca de muitas outras coisas, correm neste país as mais desvairadas lendas. Há quem pretenda que o filho-da-puta a bem dizer nunca existiu, dado que ele é apenas um modo de mal-dizer. Nada, porém, mais falso. E certo que o filho-da-puta às vezes não passa de um modo de dizer, mas não bastará a simples existência, particular e pública, de tão variados retratos seus
e de tantas estátuas suas, bem como de tantos nomes seus dados a ruas, praças e escolas, para se dissipar de vez as dúvidas acercada sua existência real? E se isso não bastasse, não chegariam para acreditar nele os seus cartões visa, que são os seus cartões de visita, e as suas enumeráveis credenciais, horas, bolsas de estudo e estudos da bolsa? Pois quem teria imaginação suficiente para aventar ou inventar tantas e tais variedades de filho-da-puta caso ela não existisse?~
Não! O filho-da-puta existe. Em todos os lugares, excepto nos dicionários. No dicionário existem variados filhos, entre eles o filho-família, o filhastro e o filhote, mas não existe o filho-da-puta. Em compensação, ele, o filho-da-puta, existe em todos os lugares. Claro que há lugares que ele de preferência ocupa e onde por conseguinte é mais frequente encontrá-lo; no entanto, exceptuando, como ficou dito, o dicionário, não há lugar onde, procurando bem, não se encontre pelo menos um filho-da-puta. Porque
Não! O filho-da-puta existe. Em todos os lugares, excepto nos dicionários. No dicionário existem variados filhos, entre eles o filho-família, o filhastro e o filhote, mas não existe o filho-da-puta. Em compensação, ele, o filho-da-puta, existe em todos os lugares. Claro que há lugares que ele de preferência ocupa e onde por conseguinte é mais frequente encontrá-lo; no entanto, exceptuando, como ficou dito, o dicionário, não há lugar onde, procurando bem, não se encontre pelo menos um filho-da-puta. Porque
Há muito que andava na calha esta "conversa de Alberto Pimenta... O tempo é disso.
Editora Teorema. Tinta Permanente
4 comentários:
Prefiro chamar-lhes criminosos, gente sem honra, bandalhos, porque de facto as mães não são chamadas para a história...e pouca ou nenhuma culpa têm no assunto!
Quando se lhes dá esse nome, não se está verdadeiramente a pensar nas mães, mas somente neles, NOS FILHOS.
Nenhum nome exprime tão bem a nossa raiva ou desencanto.
Difícil, por vezes é IDENTIFICÁ-LOS.
Pior ainda quando são eleitos
para o exercício do descalabro
... muitos (grandes e pequenos)nos entram pela casa, sem autorização.
um vírus sem antídoto. ainda...
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