quinta-feira, 9 de maio de 2013

E estudo, tu estudas, nós temos que estudar para vencer...


Tenho andado calada com a a estória mais que cansativa sobre o regresso de exames do 4ºano. Tanto "histerismo" é confrangedor. Querer passar a pôr as crianças em redomas e trata-las como "imbecis" e pobres coitadinhas, é como diz Henrique Monteiro , nos eu artigo no Expresso , alimento para mau jornalismo . Eu acrescento, pais pouco ocupados... e as ditas inteligências cursados em Ciências da Educação, em grande parte, sem nunca terem passado pela vertente do ensino, e muito menos do 1º ciclo.
Sei do que falo. Fui oficial deste ofício durante 33 anos. Só quem lá esteve desde 1973 até 2007, sabe as loucuras que os sistemas em constante experimentalismo, sem os concluir e avaliar, fizeram connosco , os professores , que se veio a refletir nos nossos alunos. Lançaram-se para o ensino , professores de uma ignorância atroz. Em fins de 90, passei 2 anos pela Escola Superior de Educação. Um terror ao verificar as pautas dos alunos de iniciação, futuros professores, com notas negativas a Português e Matemática.

Também, foi no fim dos anos 90 que se fizeram as primeiras provas de aferição ás duas disciplinas. Nunca soubemos bem para que serviam... Se para avaliar as competências dos alunos ou dos professores. Os resultados, chegavam ao fim de 1 ano, quando as crianças já estavam no 5º ano e noutras escolas.

Mas uma coisa é certa, as crianças gostavam de ser avaliadas, sentiam-se elevadas, e , se algum nervosismo existia, ele era e é natural. É o bom stress a funcionar e le faz parte da vida.
Era um professor da escola que orientava as provas.
Espanta-me o blá-blá dos críticos... e do meu ex sindicato. "levantar cedo".."sair do seu local habitual"... "não conhecer os examinadores"... Um rol. Esquecem ou não se querem lembrar que a partir de setembro estas crianças vão para outras escolas e vão conhecer 8 ou 9 professores diferentes.
Acreditem os pais que as crianças gostam de responsabilidade e são bem mais sensatas do que os pais.
Bastou ver na televisão a sua descontração e facilidade de comunicar e exposição mediática saudável.

É um marco importante para as suas vidas, como foi o nosso há muitas décadas atrás... Vestidinhos novos, fatinhos para os rapazes, lanchinhos que as mães iam levar ao intervalo. Miminhos.
Mas não comparem os exames de agora com os do nosso tempo. Os conteúdos nada têm a ver. Até esses subestimam as crianças pela facilidade das provas, que representam as suas aprendizagens .

E fico-me por aqui... pois a emoção já está a tomar conta de mim.
(Não gostei da minha instrução primária. Apanhei professores loucos. Os programas eram bárbaros e abstratos.  O exame , uma emoção, mas o olhar da minha Mãe e a sua forma de trabalhar a minha autoestima, foram fundamentais. Ttambém íamos a outras escolas ser examinadas. Traumas, nenhuns... só recordações e o sabor inesquecível da vianinhas com manteiga e fiambre que a minha mãe levava para o intervalo.)

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