segunda-feira, 17 de junho de 2013

No contraditório, a poesia...

Perdoa Júdice

mas nem sempre essa beleza é por nós sentida
quando o coração outrora silencioso se torna saltitante
e o osso mais pequeno dá em doer e convence os outros a doer também
e a vista enevoada obriga a limpar lentes vezes sem conta
e o cansaço chega sorrateiro como quem não quer a coisa
e se torna convincente
e o olhar procura num jardim distante os que partiram(a nossa gente) e deixaram nas nossas mãos a senha a seguir
e a saudade nos atinge como uma secta...

Perdoa Júdice, às vezes não é tão belo assim
São, isso sim,
os teus olhos de Poeta...


De, ERA UMA VEZ

Pintura de E. Hopper

2 comentários:

Anónimo disse...

Perdoa Júdice, mas eu prefiro o poema da Era Uma Vez... real e triste, mas a vida é mesmo assim.
E fez-me lembrar o magnífico "When you are old" do W.B.Yeats.
Obrigada às duas por este post.
Ana Paula

ERA UMA VEZ disse...

Grata Anamar
Grata Ana Paula.
Dois abraços.