Regresso devagar ouvindo a chuva no janelão preferido
adensa agora
e traz consigo a certeza de que o verão não vai voltar atrás
(penso comigo)
guardo os despojos da praia e da saudade
fazendas ao ar
ao que resta nas nesgas de sol
Cá dentro, o meu canto chama por mim
hei-de esquecer que tenho lá fora um pouco de jardim
e a chuva continua
ritmada persistente
e nessas gotas tresmalhadas
há-de haver
tem de haver
lágrimas minhas
um pouco envergonhadas
Obrigada, amiga, por ir regressando...
Pinturas de David Hockney
3 comentários:
~
~ Mas que poema encantador, Ana.
~ Diria que o escreveu para mim!
~ Se assim for, fico muito sensibilizada.
~ Não quero que chore ou esteja triste.
~ ~ ~ Grande abraço amigo. ~ ~ ~
Majo,
bom dia.
Minha amiga, não tenho arte e engenho para poemar, a não ser sob o efeito de uma grande emoção. Como por exemplo, a paixão...
Poema de uma amiga da blogosfera mas que já conheço pessoalmente que me oferece poemas de quando em quando e eu publico, Tem o "nikname" de" era uma vez".
Ainda bem que lhe assentou.
Eu ando bem, felizmente.
Beijinho e dia bom.
Ana
Ainda bem que gostaram.
Não é tristeza...é que o Verão sabe-me sempre a pouco.
Um abraço para as duas.
Enviar um comentário