sábado, 14 de fevereiro de 2015

com beijo e sem beijo, o amor acontece...

O Beijo

Congresso de gaivotas neste céu 
Como uma tampa azul cobrindo o Tejo. 
Querela de aves, pios, escarcéu. 
Ainda palpitante voa um beijo. 

Donde teria vindo! (Não é meu...) 
De algum quarto perdido no desejo? 
De algum jovem amor que recebeu 
Mandado de captura ou de despejo? 

É uma ave estranha: colorida, 
Vai batendo como a própria vida, 
Um coração vermelho pelo ar. 

E é a força sem fim de duas bocas, 
De duas bocas que se juntam, loucas! 
De inveja as gaivotas a gritar... 

Poema de Alexandre O´ Neill
Dolorosos delírios amorosos entre Rodin e Camile Claudel


2 comentários:

Majo disse...

~
~ Uma escultura belíssima!
~ Pensar que o artista era míope!

~ Os amores de Rodin e Camille foram fogueira de pouca dura...

~ ~ ~ Abraço amigo. ~ ~ ~
.

Justine disse...

Grande poema, o do O'Neil! E a escultura é um dos objectos eternos...