segunda-feira, 1 de junho de 2015

Perdoar...

Perdoar o tudo e o nada. Não perdoar é mais difícil. Nunca sei do perdão a medida, porque nunca sei do pecado o objecto.
Uma lira e uma harpa, uma deusa toda nua que dedilha as sedosas cordas. Só assim entendo esta música. Uma música que nunca morre. Ouvem-se os cânticos e tudo está perdoado. Há um órgão calado, que espera mais solenes ocasiões. O êxtase final.
Passeiam-se corpos por igrejas despedidas. Milagres de beleza encantada. Mulheres vindas das terras onde só o belo é permitido, cantam com vozes que não parecem de cá. As velas ardem tementes. Nem um único santo nos altares. Apenas deusas pagãs.
Perdoar o quê. Quem somos nós para perdoar o que quer que seja. Somos a imperfeição acabada e sempre perdoada.
EA(Reino de Valencia) 2015-151Jorge C Ferreira.

3 comentários:

Mar Arável disse...

Perdoar sem esquecer?

anamar disse...

Verdade, Mar Arável, raramente se esquece....

Beatriz disse...

Somos realmente a imperfeição acabada e a busca eterna da perfeição (que nunca existiu)!

Beijinho Anamar <°)))<

Bia