Óleo de Vincent Van gog |
POEMA DE FINADOS
Amanhã que é dia dos mortos
Vai ao cemitério. Vai
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.
Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.
O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
E em verdade estou morto ali.
Vai ao cemitério. Vai
E procura entre as sepulturas
A sepultura de meu pai.
Leva três rosas bem bonitas.
Ajoelha e reza uma oração.
Não pelo pai, mas pelo filho:
O filho tem mais precisão.
O que resta de mim na vida
É a amargura do que sofri.
Pois nada quero, nada espero.
E em verdade estou morto ali.
© MANUEL BANDEIRA
In Libertinagem, 1930
In Libertinagem, 1930
2 comentários:
Belo e triste, o poema!
Não sei como vai ser amanhã o dia, mas hoje foi um dia alegre, com os grupos de crianças a entrarem pelo jardim a gritarem "Ó tia dá bolinho?", e dentro de casa os netos excitadíssimos com o movimento inusitado!
Belíssimo! Não conhecia. Gostei muito de o ler e vou copiar.
Obrigada.
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