Cai a Chuva Abandonada
Cai a chuva abandonada
à minha melancolia,
a melancolia do nada
que é tudo o que em nós se cria.
Memória estranha de outrora
não a sei e está presente.
Em mim por si se demora
e nada em mim a consente
do que me fala à razão.
Mas a razão é limite
do que tem ocasião
de negar o que me fite
de onde é a minha mansão
que é mansão no sem-limite.
Ao longe e ao alto é que estou
e só daí é que sou.
Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'
à minha melancolia,
a melancolia do nada
que é tudo o que em nós se cria.
Memória estranha de outrora
não a sei e está presente.
Em mim por si se demora
e nada em mim a consente
do que me fala à razão.
Mas a razão é limite
do que tem ocasião
de negar o que me fite
de onde é a minha mansão
que é mansão no sem-limite.
Ao longe e ao alto é que estou
e só daí é que sou.
Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'
6 comentários:
Boa tarde, lindo poema ao meu jeito que me fala à razão dentre da ocasião.
Ouvir Gilbert Becaud e Jacques Brel é um bom inicio de fim de semana.
AG
~~~
Brrrrrrrrrrrr...
Chuva gelada e arrepiante...
Gostei de ler este interessante poema
de Virgílio Ferreira que não conhecia, ou não lembrava.
Ao tempo que não ouvia esta 'chanson' de 1957...
~~~ Beijinhos, Ana. ~~~~~~~~~~~~~~
A desandar aqueci os pés
Bj
Gosto muito de vir aqui ver/ler estes pedaços de boa arte que a Ana aqui põe...
Beijos gratos.
Obrigada, Graça Sampaio , e desculpe não a visitar como merece, mas nem sempre há tempo para tudo na blogosfera .
Beijinho
Bem,... chuva e frio, por isso está abandonada. SE fosse num dia de ver-ao certamente seria recebida com mais carinho.
Felicidades
MANUEL
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