Com o país de luto pela morte de Agustina Bessa Luís, conhecida esta manhã, o desaparecimento deste vulto maior da literatura portuguesa ocupa grande parte deste Expresso Diário.
No texto de abertura, a jornalista Joana Beleza diz que já não foi obrigada a ler “A Sibila” na escola e que “cresceu a ouvir os mais velhos dizerem que era aborrecida, densa, complicada de entender’”. Mas logo acrescenta: “Felizmente nasci na sua terra de origem, no norte da antiga Lusitânia, e por sorte cedo me cruzei com os seus romances”. E daí parte para uma viagem que cruza vários livros da autora e conclui: “Agustina não morreu hoje nem morreu há anos, quando deixou de escrever e de aparecer publicamente. Mandem alterar os títulos das notícias que foram publicadas na manhã de 3 de junho de 2019. Agustina não morreu. Agustina vive, Agustina é, Agustina somos nós.”
Pedimos ainda testemunhos a outros escritores, que escreveram assim sobre a autora de “Vale Abraão”: “Sabes, filho, estive a pensar: devia ter casado com o Camilo ou contigo”, por António Lobo Antunes; “Uma extraterrestre, a maior da Língua Portuguesa”, por Gonçalo M. Tavares; “Não se gosta dela mais ou menos: ou se recusa ou é adesão total”, por Pedro Mexia; e “Como é possível alguém escrever daquela maneira e escrever tanto daquela maneira”, por Hélia Correia.
Finalmente, um dos críticos literários do Expresso responde à pergunta “Porquê ler Agustina? A resposta é direta e simples”. José Mário Grilo diz que nos romances, novelas e ensaios da escritora “está muito do país que fomos, mas também do país que somos ainda”. E acrescenta: “Se fosse confrontada com a pergunta que dá título a este texto, Agustina teria decerto uma resposta à altura: irónica, sarcástica, cortante.”
Lido no Expresso Diário de hoje, 2019-06-3
1 comentário:
Teve o mérito de não escrever para os seus leitores
A sua obra e longevidade merecem o respeito
das bibliotecas
Enviar um comentário