A única noite, disse alguém, é a da insónia, a noite passada em branco. Não se guarda memória das noites dormidas. Assim é o amor: o mais inolvidável é o que nunca foi.
Como para a insónia, também para o esquecimento existem xaropes e mezinhas . Mas são ambos remédios sem discernimento. Uns far-te-ão dormir tanto (sem sonhos e sem sono), que será como morrer. Com os outros não esquecerás tudo, quer tenha sido excelente ou desagradável.
Não te revelo, pois, as minhas beberagens para o sono e para o esquecimento. Possuem o mesmo efeito da cicuta.
Autor, Héctor Abad Facioooolince
1 comentário:
O sono é a ante-câmara da morte
Enviar um comentário