quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

"Senti-me Júlio Exílio quando me chamaram para a RTP Memória ". Memórias


    Ora, ora ... Não pertenço ao mundo das pessoas que dizem não ver televisão. Com parcimónia e selectividade,  à noite é infalível. Cinema, Netflix, HBO , notícias na RTP2, programas gravados na 2, que fica para os almoços tardios. Afinal,  para quem vive só,  a imagem, o baixo som (quando estou de auditivo esquerdo ...), uma boa conversa resolve problemas de solitude ou desacompanhamento .
    Amo tanto o silêncio como a música e na cozinha,  o meu rádio Tivoli, está formatado para programas obrigatórios. Sou uma alegre aposentada que encontrou neste modo de vida la joie de vivre que sempre me acompanhou. 
     E toda esta conversa vem a propósito do zapping feito à hora do jantar .
    Reparei que ontem na RTP 1 passou em directo uma homenagem feita a Júlio Isidro pelos seus 60 anos como profissional da rádio e televisão.
   Enquanto escrevo, com alguma emotividade, continuo a ver e verei atá ao fim o programa. É uma viagem no tempo, o meu tempo, o tempo que não tinha televisão e  ía ao domingo à  tarde, quando possível, ver os passatempos infantis, entremeados com  Vitorino Nemésio e João Villaret,  que em criança me enfastiavam. Mais tarde, amei.
   Teatro às segundas feiras no salão dos Bombeiros Voluntários. Televisão só entrou em minha casa quando tinha 19 anos.
   É um desfile ao mundo da canção, da representação,  da dicção, viagens a Hollywood nas suas multiplas entrevistas a artistas laureados. Tudo no mundo do espectáculo e da cultura , pessoas esquecidas, outras nem tanto, passaram pelos seus programas . Os velhos spots publicitários onde Júlio tinha imensa piada.
   Dá-me prazer ver quem eu pensava "out", ver a beleza e a magreza de homens e mulheres  que só mais tardiamente conheci, e ver que continuam belos, uns,  gordinhos encantadores, outros , mas todos belos nas suas roupagens e nas suas idades. 
   Enfim, não era um programa para ver sozinha, mas com alguém do meu tempo com a mesma joie de vivre, para umas emoções, risadas e cantaroladas .
   Deixo aqui um vídeo de um artista que apareceu neste desfile,  que me fez correr muito para a noite lisboeta, acordeonista e sapateado. Terá quase 80 anos ou mais.... Michele.



1 comentário:

Majo Dutra disse...

Srrssssss...
Eu não vejo televisão... talvez seja uma fase, mas já conta com quatro anos.
Prefiro selecionar o que quero ver... e sei viver...

Achei graça ao teu relato confessional, tão invulgar!
Tudo pelo melhor, querida Amiga.
Beijinhos
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