Se buscas remédio no sopro do vento
sabe que em suas baforadas há perfume e almíscar.
Vêm a ti carregadas de aromas como mensageiros
com saudações da amada.
O ar prova os trajes das nuvens, escolhe
um manto negro.
Uma nuvem carregada de chuva faz sinais
ao jardim saudando-o
e logo chora enquanto as flores riem.
A terra dá pressa à nuvem para que lhe acabe o manto
e a nuvem com uma das mãos tece os fios da chuva
enquanto com a outra borda flores de enfeitar.
De Ibne Sara, poeta de Santarém, séc. XII, in Portugal na Espanha árabe, de António Borges de Coelho
3 comentários:
Belo o manto negro tecido neste poema!
Não conheçia o poeta e gostei imenso!
Beijinho
Poesia riquíssima de imagens, bem à maneira árabe...
Não conhecia este poeta...
... e gostei!!!
Um beijo
(dia 25/6 há um jantar na Taverna. Vamos anunciar um dia destes. É um jantar "solidário", esperamos por ti.)
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