«Como estou farto de fazer de lobo!»
Disse cheio de fome, o senhor lobo.
«Há quatro dias que não trinco osso,
A avozinha vai ser o meu almoço.»
Quando a avozinha lhe abriu a porta
Com o susto treme e, meia morta,
Fitou aqueles dentes a brilhar.
«Ai, que o malvado me quer devorar!»
A pobre senhora tinha razão
Porque ele a comeu com sofreguidão:
A avozinha era pequena e dura,
O almoço não foi uma fartura.
«Ai, estou com uma fome aterradora,
Pronto para comer outra senhora.»
Foi procurar petiscos na cozinha
Mas nada para roer o bicho tinha.
«Vou-me sentar no colchão de folhelho
À espera do Capuchinho Vermelho.»
Disse o lobo enquanto se vestia
Com as roupas que por ali havia.
Saia de seda, botas de verniz,
Chapéu de veludo foi o que quis.
Escovou o pelo, as garras pintou,
Bem disfarçado assim se sentou.
Um pouco depois, em passo apressado,
A moça chegou, toda de encarnado.
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(amanhã continua)
De Roald Dahl, Estórias em verso para meninos perversos
1 comentário:
...e ficamos, ansiosos, à espera da continuação:))))
Abracinho de bom fim-de-semana(perverso?)
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