terça-feira, 10 de junho de 2014

"quando não te vejo perco o siso".... Camões e os nossos amores

Camões, de Júlio Pomar

Quando não te vejo perco o sisoFormosura do Céu a nós descida, 
Que nenhum coração deixas isento, 
Satisfazendo a todo pensamento, 
Sem que sejas de algum bem entendida; 

Qual língua pode haver tão atrevida, 
Que tenha de louvar-te atrevimento, 
Pois a parte melhor do entendimento, 
No menos que em ti há se vê perdida? 

Se em teu valor contemplo a menor parte, 
Vendo que abre na terra um paraíso, 
Logo o engenho me falta, o espírito míngua. 

Mas o que mais me impede inda louvar-te, 
É que quando te vejo perco a língua, 
E quando não te vejo perco o siso. 

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

5 comentários:

Justine disse...

Camões, nosso mestre linguístico! Tão mal festejado...

Majo disse...

~
~ ~ Pelo que, constatamos que o amor apaixonado dos anos
de mil e quinhentos, era bem idêntico ao dos dias de hoje.

~ ~ ~ Bom fim de tarde, Anamar. ~ ~ ~

anamar disse...

Majo,

viva.

O amor e a paixão, o 1º então, se verdadeiro, não engana.... :) :(

O amor mais contido, quem sabe, o ser um pinga amor, Camões, fez dele o poeta que fala por nós os menos dotados para poemar.

Tarde calma , mas com vento à beira-mar.

Assim é o "desnorte"

Abracinho.

anamar disse...

Majo,

viva.

O amor e a paixão, o 1º então, se verdadeiro, não engana.... :) :(

O amor mais contido, quem sabe, o ser um pinga amor, Camões, fez dele o poeta que fala por nós os menos dotados para poemar.

Tarde calma , mas com vento à beira-mar.

Assim é o "desnorte"

Abracinho.

anamar disse...

Justine,

Eles já não sabem comemorar nada.

É o desnorte.

Abracinho "from" Figueira. :)