sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Para mim, Portugal é tudo isto e muito mais... Bom ano de 2012 a todos os amigos reais e virtuais...




“Portugal é…
Portugal é ruas de pedras, é pontes de ferro, é tectos altos, é prédios senhoris, é manuelino, é igrejas velhas, é Sé, é Álvaro Siza Vieira, é pastéis de Belém, é bacalhau à Brás, é castanha assada, é vinha verde, é Licor Beirão, á arroz com frutos do mar, é queijo de Évora. É José Saramago, Luís de Camões e Fernando Pessoa. Portugal é Lisboa, Porto, Braga e Coimbra, sendo também Angola, ou Timor-Leste que há nas ruas, è Açores e Madeira, é o oceano imenso que dá a volta ao mundo, é a língua portuguesa, é a História, é Alexandre Herculano, Vasco da Gama e Fernão de Magalhães. Portugal é o fado, é o 25 de Abril, é República, mas é Dom Sebastião, é o galo de Barcelos, é o Tejo e o Douro, é a Universidade de Coimbra, é o eléctrico de Lisboa, é Amália Rodrigues, Carlos do Carmo e Deolinda. Portugal não é perfeito, mas é incrível.”


Texto do Diário de Notícias de 29/12/2011
De Pablo González, Espanha, Curso de Ciência Polìtica

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

"O Rapto da Europa"... visto por Nadir Afonso, hoje, no dia em que se comemoram os 147 anos do DN

Neste cantinho a norte de Portugal, Magueija, perto de Lamego, a descoberta de tantas coisas boas que à alma fazem bem e onde o tempo é suave e não tem tempo, onde as necessidades urbanas são esquecidas.
Árvores de azevinho, como nunca tinha visto, em grandes quantidades, encantaram-me, pois considerava-o em vias de extinção.

Que protegido continue pois.... esquecido no tempo sem tempo que aqui se vive.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A palavra de ordem...




Emigrar, palavra de ordem... (ver aqui) de quem DESgoverna um país... e que, deveria ter por propósito transformar a sua terra em destino, em vez de porto de partida



Et voilá !












sábado, 24 de dezembro de 2011

Mais um presentinho de Natal....



Um presente do Fausto. Família onde há 100 anos o presépio existe e existiu com pormenores que levavam os figueirenses depois do ano novo a visitá-lo à sua casa de origem. Eram e são assim os "Vianas".

Este post é-lhes dedicado... com um sabor especial pelo que representam para mim.

Cada um a seu jeito viva as coisas do Natal. Boas-festas...

Amigos que por aqui passam, as palavras ditas e quase gastas das coisas do Natal, têm o sentido e o calor do fogo que aqui vos deixo.
Sintam-se aquecidos e aqueçam... e o final será feliz!
Tudo de bom. Hoje e sempre.

Toda a realidade é redutora
Vergílio Ferreira

A magia tem que percorrer o nosso espírito "nas coisas do Natal...

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Cascanueces. Un cuento de Navidad. Ballet del Teatro Nacional de Praga. ...











Poesia concreta.


O adeus a um homem que me ajudou também a ser feliz no país qe libertou não pelas armas mas sim pela palavra.


Em Praga chorei ... no Teatro Nacional, a ouvir o Requiem de Mozart.
Felizes os que nascem para a história e partem com história feita.




Imagens tiradas daqui

Jelly Roll Morton - Pretty Lil-1929

Um presente de última hora... Quem sabe? Aconselho.


"Viagem" foi o tema escolhido nesta edição de Natal.

Na minha perspectiva, mais um tema simbólico do que literal...

Afinal, poucos dias nos restam para sair de um ano "horribilis" e outros tantos nos sobram para iniciar a viagem através de um ano que, para além de bissexto, augura em cada um dos seus - acrescidos - 366 dias, novas dificuldades e provocações.

É uma viagem estranha, essa que nos aguarda: pela incerteza do ainda desconhecido, pela certeza do já conhecido, pela incógnita do desfecho que, à chegada, nos aguarda.


M.A.Ferreira
Assim começa a revista mais bonita de Portugal e arredores... EGOÍSTA que, hoje veio até mim. Um prazer que não é para todos. E, só custa um muito obrigada.

Cada número , um tema. Cada tema, uma ilustração de sonho.

Com ela percorro o caminho do deleite e dos passos largos de um ano que está a findar e que "malgrée tout" ainda vai deixar saudades...

Assim é e assim será...



quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Coisas do Natal para que a memória não adormeça....

O

"Cântico de Natal das Crianças que Ficaram sem Casa", de Debussy, originalmente dirigido aos meninos afectados pela agressão militar alemã, mas que também se aplica às nossas crianças de hoje vítimas de terrorismo económico igualmente brutal .

Partilhado a partir do FK de um post de Vieira Nery

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Acontecem coisas muito boas no fim do outono... como, por exemplo , dias de sol e mar chão... :))

Hoje é o último dia de outono. Os dias que temos têm sido doces, comparativamente .O fim-de-semana passado, agora muito mais passado do que alguma vez antes, foi azul e avesso às nuvens, com sol desdenhoso do dever calorífico e entregue à vocação, sempre mais show business, da iluminanação.
....
O tempo em Portugal só pode ser entendido e apreciado - nem sempre é difícil - por comparação com o tempo nos países mais geográficamente próximos.
...
A Terra é um pião que, estupidamente,insiste em dar uma volta completa à volta do Sol. Deveríamos apenas escolher o melhor ângulo, como uma posição à volta de uma piscina. O céu engana tanto como promete. O Inverno põe-nos a sonhar com o dia em que acaba.

De Miguel Esteves Cardoso, Público de
hoje.

Mais um presentinho...


Este presente veio de Itália. Da Anna Giovana.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Presentinhos ... que partilho

" O que não aconteceu, nunca esteve para acontecer,
e o que aconteceu, nunca esteve para não acontecer"


Teixeira de Pascoaes


Um presente de António Viana a partir de um trabalho seu.


O presente da Manú.
Trabalho de Manuel Sam Payo

MEMÓRIA DE NATAL

Cheira a casca
de laranja
amendoada

A luzes de suspiro
e azevinho

Com estrelas de bainha
pespontada
a crivo de saudade
renda e linho

Cheira a lenha
da memória resgatada
onde as rosas
adormecem de brandura

No vidro
coalhado
de uma jarra

E o vulto da mãe
é seda e asa


Maria Teresa Horta


O presente da Júlia.


Um presente da Zé Guerra.

" o fotógrafo do todo pelo detalhe ou o detalhe pelo todo"

Fotogrfia de Andreas Gursky, Pyongyang, 2007


Primeiro ouvi e agora vi na televisão, num silêncio sepulcral, as lágrimas das gentes da Coreia do Norte, pela morte do presidente Kim Jong-il.

Difícil para mim perceber as lágrimas de luto por um ditador.

As lágrimas de um luto podem ter causas várias mas deixo isso para" psis "... por receio de cair em erros de análise.

AQUI, a fotografia de Gursky que levou 18 meses a negociar com o governo coreano para poder fotografar as festas do Estádio de Maio. Interessante texto.

domingo, 18 de dezembro de 2011

«A minha vida começou bem antes de vir ao mundo, e imagino que prosseguirá sem mim por muito tempo». escreveu Hugo Pratt




O desejo de ser inútil , memórias r reflexões , único livro autobiográfico de Hugo Pratt.


Descendente de uma mistura de franco-ingleses, judeu-espanhóis e turcos, HP, nasceu em 1927 , nos arredores de Rimini, Itália, e passou a maior pate da infância em Veneza. Despertou para a sua vocação na Etiópia, onde descobriu o amor, aprende a desenhar e a detestar o colonialismo. Mergulhou na Veneza libertada do fascismo, embarcou para Buenos Aires, partilhou o tempo entre a B:D:, as viagens e os amigos.Perito na cabala, iniciado no vodu, conhecedor de várias línguas e colecionador de milhares de livros, Hugo Pratt surge-nos neste álbum como um personagem inesperado.






Bem pode ser um presentinho de natal. Para si ou para alguém que goste de aventura.Eu adorei ler este livro...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Bom fim de semana com coisas do Natal

Rosto de Natal

Caiu sobre o país uma cortina de silêncio
a voz distingue o homem mas há homens que
não querem que os demais se elevem sobre os animais
e ao que aos outros falta têm eles a mais
no dia de natal eu caminhava
e vi que em certo rosto havia a paz que não havia
era na multidão o rosto da justiça
um rosto que chegava até junto de mim de nicarágua
um rosto que me vinha de qualquer das indochinas
num mundo onde o homem é um lobo para o homem
e o brilho dos olhos o embacia a água
Caminhava no dia de natal
e entre muitos ombros eu pensava em quanto homem morreu por um deus que nasceu
A minha oração fora a leitura do jornal
e por ele soubera que o deus que cria
consentia em seu dia o terramoto de manágua
e que sobre os escombros inda havia
as ornamentações da quadra de natal
Olhava aquele rosto e nesse rosto via
a gente do dinheiro que fugia em aviões fretados
e os pés gretados de homens humilhados
de pé sobre os seus pés se ainda tinham pés
ao longo de desertos descampados
Morrera nesse rosto toda uma cidade
talvez pra que às mulheres de ministros e banqueiros
se permita exercitar melhor a caridade
A aparente paz que nesse rosto havia
como que prometia a paz da indochina a paz na alma
Eu caminhava e como que dizia
àquele homem de guerra oculta pela calma:
se cais pela justiça alguém pela justiça
há-se erguer-se no sítio exacto onde caíste
e há-de levar mais longe o incontido lume
visível nesse teu olhar molhado e triste
Não temas nem sequer o não poder falar
porque fala por ti o teu olhar
Olhei mais uma vez aquele rosto era natal
é certo que o silêncio entristecia
mas não fazia mal pensei pois me bastara olhar
tal rosto para ver que alguém nascia

Poema de Ruy Belo


Desenho de Júlia Costa

Também gosto do Porto, muito...




Coisas do Natal...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Momentos de ouro de um visionário do futuro...

Aconteceu no dia 6, na Gulbenkian, a homenagem carinhosa a este GRANDE SENHOR da arquitetura portuguesa , Gonçalo Ribeiro Telles. Belos 89 anos.
Foi um dia de puro deleite para os que se juntaram para ouvir as palavras amigas, carinhosas e muito sentidas, proferidas por alunos, colegas de profissão e reitores da Universidade de Évora, aonde Ribeiro Telles instituiu esta licenciatura de "arquitetura paisagista", trazida da Alemanha em 1940 pelo arquiteto Caldeira Cabral.

Falaram do Homem, do político, do professor,do visionário, depoiamentos vários e a apresentação da sua fotobiografia feita pelo seu amigo Fernando Santos Pessoa.

Rabisquei algumas frases atribuidas a RT.

"a cidade cresce para morrer"

"a natureza é a continuação do braço do homem"
"as cheias existem não porque chova muito..."

"pensem com a ponta do lápis" (dizia aos alunos)

"bebam vinho, (Alvarinho) e vejam como desenham melhor..." (quando com os seus alunos fazia visitas de estudo ao Minho)

"na floresta não há só borboletas"


Presentinhos que ainda vão chegando que se confudem com os da época...




quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

"bonjour madame "..." "boa tarde meninos..."






Bom, perdi o texto que escrevi sobre o ensino da Língua e Cultura Portuguesa no estrangeiro e não tenho vontade de reescrever.

Sobre o assunto teria algo mais a acrescentar na medida em que estive no terreno, durante 4 anos, no "Pays-plat", destacada pelo ME. Agora é competência do falido Instituto Camões.

Para melhor vos esclarecer, duas opiniões.

Uma de Francisco Seixas da Costa, "duas ou três coisa" e outra no blogue da Emigração




Leituras ...

Namoro, de Almada Negreiros

Como é que se Esquece Alguém que se Ama?


Como é que se esquece alguém que se ama? Como é que se esquece alguém que nos faz falta e que nos custa mais lembrar que viver? Quando alguém se vai embora de repente como é que se faz para ficar? Quando alguém morre, quando alguém se separa - como é que se faz quando a pessoa de quem se precisa já lá não está?
As pessoas têm de morrer; os amores de acabar. As pessoas têm de partir, os sítios têm de ficar longe uns dos outros, os tempos têm de mudar Sim, mas como se faz? Como se esquece? Devagar. É preciso esquecer devagar. Se uma pessoa tenta esquecer-se de repente, a outra pode ficar-lhe para sempre. Podem pôr-se processos e acções de despejo a quem se tem no coração, fazer os maiores escarcéus, entrar nas maiores peixeiradas, mas não se podem despejar de repente. Elas não saem de lá. Estúpidas! É preciso aguentar. Já ninguém está para isso, mas é preciso aguentar. A primeira parte de qualquer cura é aceitar-se que se está doente. É preciso paciência. O pior é que vivemos tempos imediatos em que já ninguém aguenta nada. Ninguém aguenta a dor. De cabeça ou do coração. Ninguém aguenta estar triste. Ninguém aguenta estar sozinho. Tomam-se conselhos e comprimidos. Procuram-se escapes e alternativas. Mas a tristeza só há-de passar entristecendo-se. Não se pode esquecer alguem antes de terminar de lembrá-lo. Quem procura evitar o luto, prolonga-o no tempo e desonra-o na alma. A saudade é uma dor que pode passar depois de devidamente doída, devidamente honrada. É uma dor que é preciso aceitar, primeiro, aceitar.
É preciso aceitar esta mágoa esta moinha, que nos despedaça o coração e que nos mói mesmo e que nos dá cabo do juízo. É preciso aceitar o amor e a morte, a separação e a tristeza, a falta de lógica, a falta de justiça, a falta de solução. Quantos problemas do mundo seriam menos pesados se tivessem apenas o peso que têm em si , isto é, se os livrássemos da carga que lhes damos, aceitando que não têm solução.
Não adianta fugir com o rabo à seringa. Muitas vezes nem há seringa. Nem injecção. Nem remédio. Nem conhecimento certo da doença de que se padece. Muitas vezes só existe a agulha.
Dizem-nos, para esquecer, para ocupar a cabeça, para trabalhar mais, para distrair a vista, para nos divertirmos mais, mas quanto mais conseguimos fugir, mais temos mais tarde de enfrentar. Fica tudo à nossa espera. Acumula-se-nos tudo na alma, fica tudo desarrumado.
O esquecimento não tem arte. Os momentos de esquecimento, conseguidos com grande custo, com comprimidos e amigos e livros e copos, pagam-se depois em condoídas lembranças a dobrar. Para esquecer é preciso deixar correr o coração, de lembrança em lembrança, na esperança de ele se cansar.

Miguel Esteves Cardoso, in 'Último Volume'

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Concurso de Natal 2011 - Camelos do Presépio, na barbearia do senhor Luís


Como vem sendo hábito e prazeiroso, aqui estou e em tempo útil a participar no concurso promovido anualmente pelo senhor Luís da barbearia, aqui.
Depois do empenho de outros concorrentes, sentido que não terei o lugar desejado e tão importante para a minha autoestima resolvi não me agarrar aos "dictons" , "que grande camelo"... "camelos, é o que há mais"... e dar um pouco de intelecto ao concurso, com uma raridade editorial, uma estória de Jacques Prévert, o Dromedário.
Estória de um jovem dromedário que um dia resolveu ir assistir a uma conferência com a sua mãe e se sentiu desagradado e impaciente por não corrresponder ao que ele pensava o que seria uma conferência: não havia música.
Depois , perante uma assistência de homens, mulheres, dromedários e camelos, cansou-se da repetição, de cinco em cinco minutos, do conferencista:
«É importante não confundir os dromedários com camelos, chamo a vossa atenção, minhas senhoras, meus senhores e meus caros dromedários para o facto seguinte: o camelo tem duas bossas, enquanto o dromedário só tem uma!»
Bom ... para abreviar a estória... O jovem dromedário depois de um enorme cansaço e irritação , correu para o estrado, mordeu o conferencista.
«Camelo!»- disse o conferencista irritadíssimo.
E a assistência começou toda a gritar: »Camelo! Sua porcaria de camelo!»
Mas era mentira, porque ele era um dromedário impecável.


CONTEXTO&IMAGEM

Boa noite...

Tens muito que fazer?
Não.
Tenho muito que amar!

Sebastião da Gama

Jean Ferrat : J'arrive où je suis étranger (Louis Aragon)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Não deixem de ver este documentário sobre a Figueira da Foz, de 1930, com um texto delirante e muito ao jeito da época.


Figueira, foi durante muitos anos e com toda a propriedade, a rainha das praias de Portugal.

Hoje.... :(( :((

Contudo, hoje li que o exterior do Casino vai ser completamente remodelado.

Se o "remasterizarem" como fizeram ao filme... todos ganharemos com isso.

Bom para a vista e para o coração.


Óleo de Mário Agusto, pintor figueirense do princípio do séc. XX.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Visita Guiada a Pé: Lisboa Gastronomias do Mundo

Passeio guiado a pé organizado pela "Lisboa Autêntica". Muito obrigado por um dia excelente na companhia dum grupo que mais parecia uma família e pela oportunidade de provar tantos sabores diferentes e deliciosos. Este meu segundo passeio superou mais uma vez as minhas melhores expectativas!O próximo encontro será dia 17 de dezembro, mas desta, serão as tasquinhas de Lisboa.

Estas são as notícias da organização e as palavras de um dos organizadores.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

SOLITUDE by Rodrigo Leao numa tarde cinzenta...

Amigos...

A grande família, de René Magritte


Cada dia que passa me sinto mais presa aos AMIGOS presentes. E são uma quantidade generosa...
Lembro os que passaram e não ficaram. Amizade, nem todos a sabem trabalhar como filigrana que o é. Mas fica o sabor dos momentos vividos como tal.

A paixão morre. O amor prolonga-se no tempo. A amizade pura fica.
E quem melhor do que eu poderá falar de AMIGOS S ? Só Vinicius, aqui


sábado, 3 de dezembro de 2011

Conclusão da estória em verso para meninos perversos...




`"Ó minha avozinha, quero saber,
As tuas orelhas estão a crescer?”
Sim, minha neta, para melhor te ouvir.”
“Que grandes olhos tens, querida avó”,
Disse a menina cheia de dó.
“São para melhor te ver”, disse o lobo
E pôs-se a pensar: “Não sou nenhum bobo,
Esta bela menina vou papar,
Que bom petisco para o meu jantar.
Vai saber-ma que nem um pão de ló,
Não é velha nem dura como a avó.”
“Mas avozinha", disse a menina,
Tens um casaco de pele tão fina:”
«Não», disse o lobo, «Deves perguntar
Por que são os meus dentes de espantar.
Bem, digas tu o que disseres
Como-te sem prato nem talhares.»
A menina sorriu. Da camisola
Sacou de imediato uma pistola
E com uma certeira pontaria
Pum, pum, pum aquele lobo morria.

***

Passaram os dias, passou m mês,
Vi a menina no bosque outra vez,
Mas sem o capuz, sem a capa encarnada,
Toda diferente, toda mudada.
Sorrindo me explicou: «Daquele bobo
Fiz este casaco de pele .


****


De Roald Dahl, tradução de Luísa Ducla Soares


Bom fim de semana ... com leituras para meninos "perversos" (1ª parte)

«Como estou farto de fazer de lobo!»
Disse cheio de fome, o senhor lobo.
«Há quatro dias que não trinco osso,
A avozinha vai ser o meu almoço.»
Quando a avozinha lhe abriu a porta
Com o susto treme e, meia morta,
Fitou aqueles dentes a brilhar.
«Ai, que o malvado me quer devorar!»
A pobre senhora tinha razão
Porque ele a comeu com sofreguidão:
A avozinha era pequena e dura,
O almoço não foi uma fartura.
«Ai, estou com uma fome aterradora,
Pronto para comer outra senhora.»
Foi procurar petiscos na cozinha
Mas nada para roer o bicho tinha.
«Vou-me sentar no colchão de folhelho
À espera do Capuchinho Vermelho.»
Disse o lobo enquanto se vestia
Com as roupas que por ali havia.
Saia de seda, botas de verniz,
Chapéu de veludo foi o que quis.
Escovou o pelo, as garras pintou,
Bem disfarçado assim se sentou.
Um pouco depois, em passo apressado,
A moça chegou, toda de encarnado.

******

(amanhã continua) 
De Roald Dahl, Estórias em verso para meninos perversos

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Não há 1 sem 2, de dezembro, claro...









Ainda sobre o 1º de dezembro, ontem na SicN. Ver video. A não perder caso não tenham "ouvido", de "ouver"... É preciso procurar o video de ontem nas notícias das 22 00h.


"foi um gosto e um luxo", como disse a entrevistadora....