O velho e o mar Qui 13 Dezembro 2012 Até me fica mal dizer isto, mas confesso que, de quando em quando, chego a ter pena do professor Cavaco. O vetusto presidente passa a maior parte do tempo mudo e quedo, decerto em reflexão, tão profunda quando inócua, sobre o mundo e o país que ajudou a criar. E é um deus-nos-acuda: que ele não diz nada quando deve dizer; que só fala a propósito de minudências como o estatuto dos Açores ou a vulnerabilidade do correio electrónico; ou ainda que, tal como a polícia e os maridos enganados, o presidente só aparece quando não é preciso. E se, vez por outra, o homem quebra o silêncio, é outro ai-jesus. Porque, dizendo, acabou por nada dizer, ou porque disse o que não devia ter dito, ou porque muito simplesmente não disse coisa com coisa, o que, aliás, já começa a ser um hábito. Recentemente, o presidente Cavaco Silva voltou a falar, o que serviu para ficarmos todos a saber que ainda não morreu. Falou no dia da greve geral, …
Serenidade não é indiferença...