terça-feira, 2 de julho de 2013

Amanhã...


                                                  "Grito", de Munch

Erros meus doces virtudes...


 Erros Meus a que Chamarei Virtude
Erros meus a que chamarei virtude, 
Por bem vos quero, e morro despedido 
Sem amor, sem saúde, o chão perdido, 
Erros meus a que chamarei virtude. 

A terra cultivei, amargo e rude, 
No sonho de melhor a ter servido; 
Para ilusão de um palmo de comprido, 
A terra cultivei, amargo e rude. 

E o amor? A saúde? Eis os dois Lagos 
Onde os olhos me ficam debruçados 
— Azul e roxo, rasos de água os Lagos. 

Mas direis, erros meus, ainda amores? 
— São bonitos os dias acabados 
Quando ao poente o Sol desfolha flores. 

Afonso Duarte, in "Sibila

Viagem de comboio, direção, Coimbra. Campos de arroz, e ao longe Ereira, Montemor-o-Velho. terra natal do poeta Afonso Duarte.