sexta-feira, 18 de maio de 2018

"Codigo dos Homens Honestos", leitura breve....

   Nos tempos que correm dinheiro é sinónimo de prazer, reconhecimento, sucesso, inteligência. Esse doce e ambicionado metal pode ser objecto constante de amor e respeito dos mortais, em qualquer idade ou condição social, desde reis a costureirinhas ou de grandes proprietários a emigrantes.
   No entanto, esse mesmo dinheiro, fonte de todos os prazeres, e origem de muitas glórias, também é objecto de todas as ambições e disputas.
   A vida pode ser vista como um contínuo combate entre ricos e pobres, com os primeiros dentro de uma praça-forte, cheia de munições e cercada por muralhas de  de bronze; os segundos observam, avaliam, atacam, derrubam muros e portões, apesar dos fossos e  da  artilharia, raramente os assaltantes, esses cossacos do estado social, saem sempre de mãos vazias.
   O dinheiro subtraído por esses refinados corsários está perdido para sempre. Penso que é uma causa inglória tentar evitar estes rápidos e habilidosos ataques. Neste sentido e com o objectivo mais amplo, de dirigirmos todos os esforços para defender as pessoas honestas, tentaremos retratar as manobras desses hábeis Proteus.

Excerto da Introdução de um texto de Honoré de Balac, publicado em 1825 , teria talvez 25 ou 26 anos