sábado, 8 de dezembro de 2018

Não é um conto de Natal ...


Não consigo passar mais um dia sem falar de algo que me impressionou muito e que repetidamente , como sempre, as televisões passaram. A agressividade e malfeitoria que os formadores da GNR infligiram aos seus formandos e as mortes nos Comandos são recentes e tortuosas.

Hoje dá para entender a razão da bestialidade desta força de defesa e de ataque, em circunstancias em que não é preciso usar de tal força. Mas quem é humilhado e espancado, quando chega a sua vez faz o mesmo. A violência numa bola de neve.
Faz me lembrar uma professora primária numa aldeia perto da Figueira da Foz, meados do séc. XX, amiga de nossa casa, que mandava um aluno matulão e do seu agrado, bater no rapaz que estivesse no quadro, sem conseguir resolver os complicados problemas a juntar os gritos e insultos da mestra . Imagine-se a nervoseira dos alunos. Passei por isso.
Então, a senhora professora, gritava para o aluno escolhido para substituir a sua régua e cana da índia :_ Ó Carlos, olha que se não bates com força, sou eu que te vou bater a valer. 
Eu, quando a visitava, assisti cenas dessas. Pensava para mim, "se um tipo me batesse a mando, chegava cá fora e derretia-o"... 
Mas a realidade desta conversa tem a ver com as agressões e a minha pouca , mas mesmo muito pouca simpatia pelos militares e forças paramilitares . De uma maneira geral são arrogantes , vaidosos, e que seguem o lema , "obedeço aos meus superiores e mando nos meus inferiores ". 
Tenho estórias contadas de cenas vividas nos quartéis, onde se ía fazer a recruta, caso das Caldas da Rainha, onde um conhecido capitão de Abril mal tratava e insultava com impropérios os seus recrutas. Passado. 
Mas o que me marcou mais, na Figueira da Foz , onde havia dois quartéis de instrução auto . Eram usados uns carros sem portas , o instrutor e instruendo à frente e mais 2 ou 3 soldados atrás. Subiam lentamente uma rua junto a minha casa pela qual eu subia para a escola primária e mais tarde para o liceu. Além dos gritos e impropérios que eu ouvia, várias vezes vi o instrutor dar bofetadas nos pobres soldados, rapazes jovens, 19, 20 anos. 
A semente da revolta e da injustiça cresceu em mim desde miuda e penso que começou nestes gestos de "de pedagogia esclavagista".
Nada ou quase nada mudou quanto a violência intramuros.
Aos militares, se os houver por aqui que não se identifiquem comigo , pois poderão ser boas pessoas....  , não me levarão a mal. Forças de segurança, são hoje mais simpáticos e com outra formação. Mas tal como dizíamos há uns anos largos, "polícia 
é policia em qualquer parte do mundo.
Boa noite .