segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

«-Como se chama o teu vinho? - Não se chama, assobia-se.»

Acabado de jantar. Um bom vinho para aquecer o corpo e alma.
Notícias terríveis. Mas resisto...
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Dei este livro ao meu filho no Natal de  2007.
Sei que gostei dele porque sempre gostei de Bernard Pivot, mas à época, este conteúdo interessou-me. 
Pedi-o emprestado para  o ir lendo. Também acabo de ver na net que está à venda por 4,90 euros .
Agora está comigo.


Um livro escrito ao sabor da memória, cheio de histórias únicas, divertidas, culturais e saborosas.
Nesta obra, Bernard Pivot fala apenas do que conhece, do que gosta, e do que o apaixona. Há nela autobiografia, leituras, recordações de fermentação, de adega, de mesas e de balcões de taberna, retratos de homens amantes do vinho, de vinhateiros, de adegas, de garrafas, de saca-rolhas, de taças, de provas, de aromas, de todo este conjunto de objectos, de sensações e de palavras que acompanha Casanova na sua eterna conquista de boas garrafas. 
Mas o essencial é isto: o vinho é cultura. Cultura da vinha mas também cultura do espírito. É esta dimensão cultural de um produto de consumo universal que este livro tem a ambição de evocar. Nada ultrapassa o pão e o vinho na memória mítica e alimentar do homem. Os dois estão unidos no trabalho e no repouso, no esforço e no prazer, e sobre a mesa da refeição originária do milagre cristão. O vinho é uma recompensa e um interdito.


A propósito de reencarnação, atentemos nesta quadra de Ronsard:

 Quando a morte me vier levar
Se, pelo menos, sou digno  
 De que os deuses me venham transformar,
Quero ser uma flor de videira.-NNão se 

Pintura de Jacopo Bassano (1510-1592)