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na Avenida da Liberdade.
Ninguém me pode comprometer neste dia abençoado . Levanto asas do meu poiso , junto-me ao bando e imigramos para Lisboa.
Sem esquecer as poucas cidades em que com amor as pessoas de idade se manifestam, sem azedume nos rostos, gratos, mas como mais gratidão desfilariam se necessidades básicas fossem mais cèleres de modo a daí tirarem proveito , Lisboa é o epicentro das festas . A meu ver, claro.
Cada ano que passa mais jovens desfilam com imensa alegria e humor. Há crianças pequenas que rebolam, correm, cantam com todo o consentimento do mundo. Esta juventude partidária é o prenuncio que a festa do dia da Liberdade não morrerá.
Hoje, a vida deu-me um tempinho para convosco conversar . O pequenito dorme , ou seja, já acordou ...
Deixo aqui a fotografia dos meus companheiros e amigos de ano, o Nuno Porto e a São.
Dois memoriais de presos politicos e portugueses/as assassinados pela PIDE foram inaugurados. Um em Lisboa e outro em Peniche . O amigo Nuno faz parte do Memorial de Peniche. Teve a sua dose dolorosa.
Que as ditaduras acabem, onde existiram, que não se repitam.
*Vinte e Zinco, livro editado por Mia Couto para assinalar os 25 anos da Revolução de Abril.
«Vinte e cinco é para vocês que vivem em bairros de cimento
para nós, negros pobres que vivemos
na madeira e zinco, o nosso dia
ainda está para vir.»
para nós, negros pobres que vivemos
na madeira e zinco, o nosso dia
ainda está para vir.»