segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

viagens na minha terra... "partida pra Alfarelos" (pregão antigo)




Aqui é uma terra do quase ninguém. Granja do Ulmeiro, mais conhecida por ALFARELOS. 
Estação que já foi histórica nas ligações e transbordos da ferrovia ,situada na linha que liga Figueira da Foz a Coimbra. Quem vem do Norte o do Sul e queira ir para uma das localidades entre estas duas cidades tem que mudar em Alfarelos. Terra de frio e humidade no inverno e de calores infernais no verão. Pombal, ganhou-lhe em paragens obrigatórias de Alfas e Intercidades. Mas, hoje, recuperou um pouco dessa "dignidade" perdida para os passageiros ICs. 
Uso-a com frequência. Aconteceu ontem. Mas , não me furtei, por engano a meia hora de espera. 
Atravessei a linha e fui tomar um café. 
Há quem me ache senhora de dar "confiança"... , mas isso não passa de crítica ao meu prazer de falar e sorrir para quem o sorriso me abre com a vontade de falar. 
A solidão da terra, a crise, o que foi e já não é, mas o  desejo de continuar a ser. A família, a doença, o cidadão e a cidadania, teria sido um "remanso" que iria até ao jantar, sim porque o dono do café estava contente. Na noite anterior tinha recebido 30 pessoas para comer. Coisa do natal. A época põe-se a jeito de fazer algumas pessoas felizes e a quebrar a solidão local.
Gostei do "patrão". Ele também deve ter gostado do meu jeito de o ouvir . E, simpaticamente , quando já apressada saí para o meu IC, ofereceu-me uma tacinha de arroz doce, feita por ele. E não é que fiquei emocionada? E que me  senti mimada?
O arroz doce era divinal. 
A promessa de um café ou mais numa próxima viagem ficou agendada. 
E, quando prometo, cumpro.

(Alfarelos, fica mesmo ao lado da linda vila de Montemor-o -Velho)