sábado, 30 de março de 2013

As palavras dos outros... Ouro sobre azul

É tão bonita a prosa poética que Eufrázio Filipe colocou no seu Mar Arável , tocou-me no fundo das minhas memórias afetivas de criança e na saudade de um homem muito bom, o meu avô António, que tinha marinhas de sal e as trabalhava de sol a sol. Impossível deixar de partilhar como outros amigos o fizeram.

Fotografias de Pedro Cruz, jovem figueirense. 
As fotos são concerteza as salinas da Figueira, local de Murraceira.

sexta-feira, 29 de março de 2013

quinta-feira, 28 de março de 2013

Imagens de ouro...

Pouco a pouco, os gatos tornam-se a alma da casa.

JEAN COCTEAU

Gostava de escrever tão misteriosamente como um gato, diz Edgar Allan Poe.
Eu, além de "escrever", gostava de dormir como um gato...



quarta-feira, 27 de março de 2013

Partilhar o poeta ...



Aqui, nesta casa que é o livro, mora uma valiosa obra poética.
Há, pelos espaços que chamamos páginas, um corpo próprio. Nele é possível fazer a caminhada e decifrar cada mensagem. Ler poesia. Sentir o Poeta. Nele é possível sentir o coração, respirar em plenos pulmões e saborear o momento com a leitura desta fluente poesia. Aqui, nesta casa das letras, mora um testemunho já disperso por vários livros, que, agora, se une para brindar cada leitor e guardar no tempo um grande nome da actual poesia portuguesa: Eufrázio Filipe. 
(sinopse)
O editor Paulo Afonso Ramos



Eufrázio, tem uma outra casa de poesia, Mar Arável. Aqui mergulhamos em ondas de amor e desamor,marés e maresias, à espera do próximo mergulho.

terça-feira, 26 de março de 2013

Dia Mundial do Teatro inclinei-me para a saudade de Mário Viegas

Sem palavras. Porque as palavras ditas são as de Mário Viegas.
Para ouvir com ou sem chuva... Sempre!

Não há dinheiro que compre o sol do sul da Europa... Mas, a inveja, poderá ajudar a não o saborear da mesma maneira...

Ontem, no jornal "i" um articulista , escreveu um artigo com o título de "Insensatez"a propósito das palavras tontas do tal holandês que dirige o Eurogrupo. O artigo em questão bem podia servir as palavras do "louco" W. Schauble...(aqui)
..." Mais inquietante ainda é perceber que gente "desequilibrada", digamos assim, continua a ser escolhida para governar apesar das suas características psicológicas e das suas falhas morais ou afectivas. Se há casos insondáveis ou imprevisíveis dos quais as sociedades não podem proteger-se antecipadamente, como explica aqueles outros casos em que as próprias sociedades não podem proteger-se antecipadamente, como explicar aqueles outros casos em que as próprias sociedades decidem atribuir poder a alguém que sabem de antemão ser "loucos" ou "original" (como diziam no séc. XIX)? Esse é, desde o tempo de Hitler, um dos grandes temas e mistérios da História Ocidental recente. Essa História avisa-nos insistentemente dos riscos que corremos ao entregar os lugares de decisão a certo tipo de pessoas. E, no entanto, a figura do "louco" investido de poder político continua a estar muito presente na nossa vida quotidiana."....

segunda-feira, 25 de março de 2013

Gesticulando....

Só nos Pertence o Gesto que FizemosSó nos pertence o gesto que fizemos 
não o fazê-lo como, iludida, 
a divindade que em nós já trouxemos 
supõe errada (e não) por convencida. 

Porque o traçado nosso em breve cessa, 
para que outro o recomece e não progrida; 
que um gesto em ser gesto real se meça, 
não está em nós fazê-lo, mas na Vida. 

Assim o nada a sagra quando finda 
porque o que é, só é o não ainda. 

Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'

Um gesto, uma posição. um estar... O desespero...

«Tenho toda a espécie de estudos de cavadores, de semeadores, homens e mulheres. De momento 
trabalho muito no desenho a carvão e a lápis Conté ; experimentei igualmente  a sépia e a aguarela. Enfim , não posso dizer-lhe se vai achar progressos nos meus desenhos, mas neles descobrirá mudanças, seguramente. » Vincent sabe que está a fazer progressos. Mas esses mesmos progressos  provocam  dúvidas.
Depois de anos de dúvidas, de exílios, de fracassos, Vincent começa a reconhecer-se, pela primeiríssimo vez na sua vida. 

Durante muito tempo, Vincent não pinta retratos; pinta apenas aquilo a que chama" figuras": homens e mulheres que não posam pelos seus traços, mas sim por um gesto, uma atitude...
Este Velho a Chorar (1882) não é um retrato. Se retrato há, é o desespero que posa...

Conversas de Vincent com G. A. Van Rappard, com que partilhou a paixão pela pintura.

sexta-feira, 22 de março de 2013

Vindo diretamente do Brasil.... Humor



NUM SURTO DE HUMILDADE, ARGENTINO ACEITA CARGO ABAIXO DE DEUS!

Comenta-se que quem dominou o conclave foram os cardeais dos EUA. Como sabiam que o cardeal brasileiro era o mais cotado, escolheram o cardeal de Buenos Aires, por ser a capital do Brasil.

Já que o papa é argentino, a Dilma vai convidar o Vaticano para entrar no Mercosul.

Vingança histórica: a Inglaterra fica com as Malvinas e a Argentina com o Vaticano.

Papa libera bife de choriço na sexta feira santa!

Dizem que o novo papa é o homem mais importante do mundo. E um dos mais importantes da Argentina.

Antes de escolher o nome "Francisco", os cardeais tiveram um enorme trabalho pra convencer Dom Bergoglio de que "Jesus II" pegava muito mal.

Comentário à boca pequena que está se espalhando nos corredores do Vaticano: "....não havia um argentino tão perto de Cristo desde Judas....."

Papa propõe trocar a hóstia por alfajor.

O Papa vai autorizar o uso da hóstia em pó, para que o Maradona possa comungar....

Um poema que podia ter sido escrito hoje... Ou ontem , Dia Mundial da Poesia


NEVOEIRO

Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
Define com perfil e ser
Este fulgor baço da terra
Que é Portugal a entristecer –
Brilho sem luz e sem arder,
Como o que o fogo - fátuo encerra.

Ninguém sabe que coisa quer,
Ninguém conhece que alma tem,
Nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro.
Tudo é disperso, nada é inteiro.
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a hora!

Mensagem, de Fernando Pessoa

Quadro de William Turner

quinta-feira, 21 de março de 2013

quarta-feira, 20 de março de 2013

As palavras dos outros....

UMA NOITE AO RELENTO

Uma noite ao relento a colorir o frio
de rua para rio de nuvem para núcleo
em jogos de pedrinhas e mais sério de súbito
um denso deflagrar de silêncio uma gaivota

António Barahona

Coimbra, 21.VI.78

segunda-feira, 18 de março de 2013

Da maior importância...


A EUROPA ALEMÃ - DE MAQUIAVEL A «MERKIEVEL». ESTRATÉGIAS DE PODER NA CRISE DO EURO, de Ulrich Beck

Em 1953, Thomas Mann, no seu famoso discurso de Hamburgo, advertiu os alemães para que nunca mais voltassem a aspirar a «Europa alemã».

No entanto, foi precisamente isto que se tornou realidade durante a crise do euro: a potência económica mais forte do continente pode ditar as condições para novos empréstimos aos Estados pobres da zona euro - até chegar ao ponto de esvaziar os direitos democráticos de codecisão dos parlamentos grego, português, italiano, espanhol e, por último, também alemão.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Da Buenos Aires, com humor...

 
                   "La civilizacion occidental y cristiana", de Léon Ferrari, 1965                

quarta-feira, 13 de março de 2013

Vibremos pela cor... e não só...



Estas composições de cores flutuantes, de contornos indeterminados, mas fortemente vibrantes , podem ser momentos de olhares quentes ...
Espero pela tua mão, e, aí, o olhar será diferente.


Óleos de Mark Rothko (1903-1970).
Estes trabalhos são de 1952

Sirvam-se, pois...

Ó subalimentados do sonho! 
a poesia é para comer. 


Natália Correia/Angel Boligán

segunda-feira, 11 de março de 2013

Boa semana... em mês de poesia

DATA

Tempo de solidão e de incerteza
Tempo de medo e tempo de traição
Tempo de injustiça e de vileza
Tempo de negação

Tempo de covardia e tempo de ira
Tempo de mascarada e de mentira
Tempo de escravidão

Tempo dos coniventes sem cadastro
Tempo de silêncio e de mordaça
Tempo onde o sangue não tem rasto
Tempo da ameaça

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDERSSEN



(fotografia, pormenor da Casa Museu da Musica Portuguesa Verdades de Faria)

sábado, 9 de março de 2013

"Não posso ficar calada...." Eu também não...


"Como é possível fazer pintura decorativa ou que ignore o que está a acontecer?"GM

"Desastres de Guerra", exposição para ver e que hoje tive o privilégio de o ter feito numa visita guiada pela artista Graça Morais, sua autora, na Fundação Arapad-Szenes- Vieira da Silva.
Momentos de partilha e outros nem tanto, pois o artista nunca consegue ou não quer revelar tudo. 

Seguiu-se um interessante debate com o tema  "Que Guerra é esta?" com participantes de luxo intelectual.
Dia 6 de Abril repetirá e o tema do debate será "E depois da Guerra?", com Adelino Gomes, Viriato Seromenho entre outros.

Em tempos de guerra, trabalhemos a paz , mas não a paz dos cemitérios, mas aquela paz que ajude a evitar a guerra que está à porta e que pode desencadear a qualquer momento e que não se saberá quando pode acabar. A História mostrou-nos isso de 1914 a 1945. Palavras de Guilherme d' Oliveira, um dos oradores.


sexta-feira, 8 de março de 2013

Como sinto o dia 8 de Março....

 
                                         Fotografia de Dorothea Lange , "Mãe emigrante", 1936

Esta fotografia de uma mulher preocupada, com os seus dois filhos que escondem o rosto , tornou-se o símbolo da grande depressão americana.

Esta fotografia, tão atual, poderia representar o rosto de muitas  das nossas mulheres  na enorme depressão que este país vive.

Dia da mulher serve para  mostrar as desigualdades e sofrimento de género.

quinta-feira, 7 de março de 2013

O povo e a poesia....


Era uma vez um banqueiro

a Dona Isabel ligado.
Vive do nosso dinheiro,
mas nunca está saciado.
 
Vai daí, foi a Belém
E pediu ao presidente
que à sua Isabel também
desse um job consistente.
 
E o bom do senhor Cavaco
admitiu a senhora,
arranjando-lhe um buraco
e o cargo de consultora.
 
O banqueiro é o Fernando,
conhecido por Ulrich,
e que diz, de vez em quando,
«Quero que o povo se lixe!».
 
E o povo aguenta a fome?
«Ai aguenta, aguenta!».
E o que o povo não come
enriquece-lhe a ementa.
 
E ela, Dona Isabel,
com Cavaco por amigo.
não sabe da vida o fel
nem o que é ser sem-abrigo.
 
Cunhas, tachos, amanhanços,
regabofe à descarada.
É fartar, que nós, os tansos,
somos malta bem mandada.
 
Mas cuidado, andam no ar
murmúrios de madrugada.
E quando o povo acordar
um banqueiro não é nada.
 
É só um monte de sebo,
bolorento gabiru.
Fora do banco é um gebo,
um rei que passeia nu.
 
Cavaco, Fernando Ulrich,
Bancos, Troikas, Capital.
Mas que aliança tão fixe
a destruir Portugal!


(A propósito da nomeação da mulher de Fernando
Ulrich para assessora de Cavaco Silva. )

Recebi por mail de mão amiga. Não resisti a partilhar...






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quarta-feira, 6 de março de 2013

domingo, 3 de março de 2013

Eduardo Nery, um pintor figueirense, porque aí nasceu em 1934 - 2013





Aqui,  Poderão ver o trabalho em azulejaria de Eduardo Nery, num levantamento simbólico de Rocha se Sousa.
Portugal continua a empobrecer e a vida não se eterniza.

Março proverbial...


Bodas em Março é ser madraço.
Em Março, esperam-se as rocas e sacham-se as hortas.
Em Março, tanto durmo como faço.
Inverno de Março e seca de Abril, deixam o lavrador a pedir.
Março duvidoso, S. João farinhoso.
Março, marçagão, manhãs de Inverno e tardes de Verão.
Nasce erva em Março, ainda que lhe dêem com um maço.
Páscoa em Março, ou fome ou mortaço.
Poda-me em Janeiro, empa-me em Março e verás o que te faço.
Podar em Março é ser madraço.
Quando em Março arrulha a perdiz, ano feliz.
Quando Outubro for erveiro, Guarda para Março o palheiro.
Quando vem Março ventoso, Abril sai chuvoso.
Quem em Março come sardinha, em Agosto lhe pica a espinha.
Quem poda em Março, vindima no regaço.
Sáveis por S. Marcos (25/04), enchem-se os barcos.
Temporã é a castanha que por Março arrebenta.

sábado, 2 de março de 2013

Resumindo....




Até já, "Grândola Vila Morena"...




"É bom centrarmo-nos e, sobretudo, citando o nosso maestro Victorino de Almeida, não deixarmos que Portugal se torne numa espécie de cão abandonado que lambe as mãos do primeiro que lhe der qualquer coisa para comer. Merecemos ser muito mais que isso, haja dignidade, coragem, inteligência e solidariedade de facto. Isto está só a começar, o rumo da locomotiva está nas nossas mãos", lê-se.

Sei, que o Rafael hoje com 23 anos de idade, está  DESEMPREGADO. 
Finalmente, soube deste meu aluno, do Paulo Renato, da Xana e outros mais. 
Desempregados. Não imaginávamos esta situação quando na freguesia  do Castelo comemorávamos os 25 anos da Revolução dos Cravos.