quarta-feira, 8 de julho de 2009

Poema - Icaro

O sol dos sonhos derreteu-lhe as asas.
E caiu lá do céu onde voava
Ao ré-do-chão da vida.
A um mar sem ondas onde navegava
A paz rasteira nunca desmentida...

Mas ainda dorida
No seio sedativo da planura,
A alma já lhe pede impenitente,
A graça urgente
De uma nova aventura

Miguel Torga, in DiárioXII (1977)

1 comentário:

joos119 disse...

As aventuras são o sal da vida dos Ícaros e não so, mas as quedas é que podem ser dramáticas...

Escolha interessante.