(»Romeu e Julieta» de Tchaikovski sem Shakespeare. Na plateia os jovens beijam-se, lambem o açucar das peles)
Romeu e Julieta
nunca se amaram assim
à Tchaikoviski
com duelos de espadas de papel,
acordes de folhetim,
veneno fácil num frasco perfumado de violeta,
violinos com danças de gestos de mel...
Vejo-os sempre ligados um ao outro,
cães de amor
na cama obscena do mesmo túmulo
- com morte,
sémen
ódio,
dentes,
pele...
De José Gomes Ferreira, in Poesia. IV
Poemas escritos entre 1949-1950
2 comentários:
Palavras escaldantes para um romance tão trágico!...
Olá,
Muito interessante o poema. Li muito José Gomes Ferreira, possivelmente como foi um poeta comprometido, está um pouco no esquecimento.
Bjs
Manuela
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