domingo, 21 de março de 2010

A primavera com poesia... mais poesia que primavera...

Primavera, de Sónia Madruga, 2010
SONETO DE FIDELIDADE


De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.


Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive)
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


De Vinicius de Moraes, in Antologia poética
Este poema foi escrito no Estoril, em 1939

1 comentário:

Francisco Clamote disse...

"Mas que seja infinito enquanto dure."
Belíssimo.