quarta-feira, 18 de maio de 2011

Vidas...


Pintura de Harold Gilman, Mother and Child


Eu bem queria estar quieta, fora do bloguer, mas não deixa de haver uma certa compulsãozinha... Acabo de ver a votação e participar nela ,sobre : "acha que os pais devem sustentar os filhos adultos?"E não é que o"não" vai à frente.

Isto é malicioso. E ponho em dúvida de género de quem saiu a votação...

O inquérito vem a propósito de uma notícia de ontem no DN que diziam haver cada vez mais jovens a pôr os pais em tribunal, instigados pelas mães, porque estes param com a pensão de alimentos quando os filhos atingem a maior idade.

Pergunto. Quem é o jovem/adulto que está no mercado de trabalho aos 18 anos e não na continuação de uma carreira académica normal?

Tenho cá para mim e sei do que falo, que os papás têm medo louco que as mamãs comprem um geladinho com a "parca"pensão de alimentos que lhes cabe neste "latifúndio" que é criar um filho...

Alertem, mas não manipulem...

3 comentários:

mfc disse...

Como advogado tenho interposto acções dessas (ficticiamente) para que o pai possa descontar no IRS a pensão de alimentos que já pagava voluntariamente ao filho...!

Mas sei que essa não é a regra!
Aplaudo a denúncia.

mario disse...

Aos 18 anos é suposto um tipo ser adulto. E ser adulto é ser dono de si. E, como sabemos, muitos o são estando ou não no meio, no princípio, ou em nada de curso académico. Geralmente os que já são donos de si são aqueles que dos outros (dos pais ou demais família) pouco foram tendo até se tornarem adultos, e que cedo se fizeram à vida porque a vida não lhes ofereceu outra hipótese.
Quem são os pais que, podendo, negam aos filhos que precisam o que lhes pode fazer falta ? :- Das duas uma: ou por convicção de que a criação de um filho também pressupõe que lhe ensine, e que ele aprenda, a competência de saber viver, fazendo-se à vida; ou, na segunda possibilidade, que o pai não possa suportar mais o encargo do adulto que acaba de o ser.
Mas não me parece que sejam estas as causas do litígio judicioso que levam um filho a por o pai em tribunal, porque este deixou de lhe pagar a pensão de alimentos que, parece, pelo menos até aí, lhe foi sempre paga.
Se o filho carece ou não de continuar a receber a pensão, não me parece ter importância para o caso. O que me parece principal é o estado dos sentimentos entre tal pai e tal filho que, chegados aos 18 anos, em que o pai se pode "ver livre" do "encargo" e é confrontado com uma acção compulsiva do filho que se considera no direito de continuar a ser sustentado por aquele tipo que o fez nascer.Porque, certamente, há já muito tempo que ambos deixaram de ver no outro qualquer coisa de parecido com o ser pai e o ser filho.
Sim, ser pai, ou mãe,implica sustentar um filho. Mas até quando ? E em que circunstâncias ?
Quando já não há ser pai e ser filho, quando é que o pai ou a mãe se podem livrar do "fardo" se fardo for ? Aos 18 anos ? E porque não ?!

anamar disse...

Podíamos disertar ainda mais sobre o assunto...um dia destes, com um café vamos falar no caso, quem sabe? Sou mulher,és homem... cada um no seu posto parental...
Um filho só poderá ser um bom" fardo" quando sobra para as mães... e é disso que se trata.
Novos fardos são os filhos que estão desempregados e assim continuarão e concerteza , muitos sem dar tréguas aos pais ou ás famílias monoparentais.
Sei que olhaste muito para trás, o teu tempo, mas o tempo é outro.
Abracinho
Ana