" Mas a tua é a voz da paixão em seu poder e glória
e ela inunda as palavras que pronuncias.
Como esquecer o que não cabia a nós ouvir?
Como esquecer tua voz de paixão,
quando vozes que outrora disseram "eu te amo" foram esquecidas
e a tua nos mantém na escravidão?"
Do poema A la Doctrina de Pásion de Tu Voz, escrito por Borges em 1927
e ela inunda as palavras que pronuncias.
Como esquecer o que não cabia a nós ouvir?
Como esquecer tua voz de paixão,
quando vozes que outrora disseram "eu te amo" foram esquecidas
e a tua nos mantém na escravidão?"
Do poema A la Doctrina de Pásion de Tu Voz, escrito por Borges em 1927
Hoje, Carlos Barbosa, no seu Crónicas do Rochedo levou-me até Borges ... Não sou uma leitora profunda de Jorge Luís Borges, mas suficientemente curiosa da sua personalidade e vida. Sei que no Brasil já saiu uma biografia muito detalhada, escrita pelo britânico Edwin Williamson,(aqui) isto, passados 20 anos sobre a sua morte.
Ao contrário do que se pensavam a maior parte dos seus leitores, Borges era um homem permanentemente atormentado por paixões eróticas e políticas. O livro de Williamson ilumina aspetos pouco conhecidos desse gigante da literatura. Ele mostra que , imerso em um mundo de fantasia, Borges viveu ao longo da vida pelo menos duas paixões reais - dessas que, como diria Nabokov, abrem um clarão na vida e deixam marcas indeléveis na carne. Foram duas mulheres independentes para o padrão de suas épocas, Norah Lange e Estela Canto.Borges, um homem inábil para lidar com os próprios sentimentos, segundo o biógrafo , transparece esse sofrimento para a sua obra.
A vida de Borges é também marcada por um grande ódio, - o que nutria pelo ditador Juan Peron. Ao decompôr a vida do escritor pelo metro das suas paixões - dois amores intensos, um relacionamento de maturidade com Maria Kodoma, sua última mulher, e uma antipatia visceral.
Não nos podemos esquecer de Dona Leonor, mãe de Borges, que queria arranjar alguém para tomar conta do filho... mas isso fica para um outro episódio.
Ao contrário do que se pensavam a maior parte dos seus leitores, Borges era um homem permanentemente atormentado por paixões eróticas e políticas. O livro de Williamson ilumina aspetos pouco conhecidos desse gigante da literatura. Ele mostra que , imerso em um mundo de fantasia, Borges viveu ao longo da vida pelo menos duas paixões reais - dessas que, como diria Nabokov, abrem um clarão na vida e deixam marcas indeléveis na carne. Foram duas mulheres independentes para o padrão de suas épocas, Norah Lange e Estela Canto.Borges, um homem inábil para lidar com os próprios sentimentos, segundo o biógrafo , transparece esse sofrimento para a sua obra.
A vida de Borges é também marcada por um grande ódio, - o que nutria pelo ditador Juan Peron. Ao decompôr a vida do escritor pelo metro das suas paixões - dois amores intensos, um relacionamento de maturidade com Maria Kodoma, sua última mulher, e uma antipatia visceral.
Não nos podemos esquecer de Dona Leonor, mãe de Borges, que queria arranjar alguém para tomar conta do filho... mas isso fica para um outro episódio.
Pesquisa feita na revista BRAVO!de Abril de 2011
3 comentários:
Não é fácil gostar de Borges. E confesso que nunca consegui gostar dele, apesar das tentativas que fiz. No entanto, não posso deixar de reconhecer que a sua obra se coloca entre a dos Grandes da Literatura precisamente, pela "competência" com que foi capaz de escrever sentimentos.
Gosto da apreciação que fazes desta personalidade e fico à espera dos comentários que não deixarás de fazer quando leres a biografia que referes.
Mário,
dele li "Ficções", alguma poética e curiosidades sobre...
Quando cá chegar, não sei se chegou,lê-la-ei...
Cada vez gosto mais de biografias... :)) Nelas os defeitos e virtudes dos seres humanos, onde tantas vezes nos revemos e os que connosco partilham ou partilharam a vida...
Abracinho
Ana
Só quando me apaixonei pela Argentina é que comecei a ler mais Borges ( e sobre Borges) . Há um livro de Carlos Alberto Zito editado pela Teorema(A Buenos Aires de Borges) que nos ajuda a conhecer melhor a grande capital Argentina e a personalidade de Borges.
Dos livros dele, gostei especilamente de Ficções e do Aleph.
Obrigado pela citação, Anamar
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