quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Maria, Maria... e Maria Teresa Horta....

  

 DESPERTA-ME DE NOITE
O TEU DESEJO
NA VAGA DOS TEUS DEDOS
COM QUE VERGAS
O SONO EM QUE ME DEITO É REDE A TUA LINGUA
EM SUA TEIA
É VICIO AS PALAVRAS
COM QUE FALAS


A TRÉGUA
A ENTREGA
O DISFARCE


E LEMBRAS OS MEUS OMBROS
DOCEMENTE
NA DOBRA DO LENÇOL QUE DESFAZES


DESPERTA-ME DE NOITE
COM O TEU CORPO
TIRAS-ME DO SONO
ONDE RESVALO


E EU POUCO A POUCO
VOU REPELINDO A NOITE
E TU DENTRO DE MIM

VAI DESCOBRINDO VALES. 

Poema de Maria Teresa Horta

Pintura de Picasso, 1915                                          

4 comentários:

jrd disse...

Grande Maria!
:)

ERA UMA VEZ disse...

Olá amiga!

E de novo...

"há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não"...

Abraço.

anamar disse...

Olá Isabel,
boas marés a tragam de novo a este Mar sempre em espera dos amigos...

Dias de emoção e muita maldade estamos a viver....

Esperança... que sentimento tão abstrato que é preciso cultivar.

Abracinho
Ana

gina henrique disse...

Grande MARIA grande senhora e embora a esperança seja esse tal sentimento abstrato que parece tão inacessivel mesmo assim é urgente que o tornemos presente porque de repente em qualquer lado algúem resiste alguém diz não e ela faz-se realidade :)
Um abraço
Gina