segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

"porque a Poesia é mortal.... "

É curioso. Com a velhice (ou melhor: com esta aparência branca de velhice nos cabelos), os amigos antigos afastaram-se (onde estais e que mal vos fiz?) e começo a ser esquecido... postergado... Ah! Sinto-o bem.
Dantes a velhice era uma atracção. Agora, não passa do começo da morte .
                
                       *

No entanto sinto que arde misteriosamente, não sei onde, um rastilho qualquer independente de mim - que faz vender os meus livros de Poesia.
E ainda bem que os vejo vender em vida, porque a Poesia é mortal - e a labareda que os acende morrerá comigo.

José Gomes Ferreira, em Passos Efémeros, 20 de Dezembro de 1966

E ainda era tão novo...

2 comentários:

Luis Filipe Gomes disse...

Há cinco dias passei numa das ruas onde o costumava ver. Fiz um desvio só para espreitar para o café que ele frequentava. Olhei para a fachada, hesitei. Tive medo de lá dentro não o encontrar. Regressei ao meu percurso.

anamar disse...

Anos 70... Muitas vezes me cruzei com ele no Chiado. E ficava vaidosa.
Ainda o conhecia mal...