domingo, 27 de abril de 2014

Vasco Graça Moura (1942-2014), o poeta, o intelectual... *


Soneto do amor e da morte

quando eu morrer murmura esta canção 
que escrevo para ti. quando eu morrer 
fica junto de mim, não queiras ver 
as aves pardas do anoitecer 
a revoar na minha solidão.
quando eu morrer segura a minha mão,
põe os olhos nos meus se puder ser,
se inda neles a luz esmorecer,
e diz do nosso amor como se não
tivesse de acabar, sempre a doer,
sempre a doer de tanta perfeição
que ao deixar de bater-me o coração
fique por nós o teu inda a bater,
quando eu morrer segura a minha mão.


Vasco Graça Moura

* Do que eu não gostava, ele saberia porquê...

(imagem cujo autor perdi )

Poema retirado do mural de Manuel Monteiro via FB

5 comentários:

Beatriz disse...

Vi a notícia hoje aqui pela tv.
Lindo poema!!!!
Beijinho

Bia

Majo disse...

~
~ ~ Terno e belo poema. ~ ~

~ Não se contentou com o conhecimento para si ou para os seus próximos.

~ Foi uma vida a celebrar e a divulgar a cultura, com sentimento altruísta
e de dávida.

~ Mais uma vez, a terrível doença ceifa uma vida. Não há boas perspectivas
de um fim à vista, no entanto, sabemos que una vida ativa e com sentido,
é um boa prevenção. ~

~ ~ Uma boa e aprazível semana. ~ ~

anamar disse...

Majo,

uma vida ceifada pelo que eu considero uma "pandemia"...

Uma doença com pontos e muitos contos.

Mas os grandes poetas e escritores ficarão na História para nosso gáudio .

Todos os pecados lhes serão perdoados pelo bem que nos fazem.

Uma semana boa e saudável.

Abracinho,

Ana

Mar Arável disse...

Um grande poeta
de quem discordei politicamente

mas um Homem não se define pelas lapelas

Majo disse...

~
~ ~ ~ Abraço amigo, Ana. ~ ~ ~

Que seja uma semana agradável.