quarta-feira, 8 de outubro de 2014

"ERA UMA VEZ", é presente e não passado...



Regresso devagar ouvindo a chuva no janelão preferido
adensa agora
e traz consigo a certeza de que o verão não vai voltar atrás
(penso comigo)

guardo os despojos da praia e da saudade
fazendas ao ar
ao que resta nas nesgas de sol

Cá dentro, o meu canto chama por mim
hei-de esquecer que tenho lá fora um pouco de jardim

e a chuva continua
ritmada persistente
e nessas gotas tresmalhadas
há-de haver
tem de haver
lágrimas minhas
um pouco envergonhadas



Obrigada, amiga, por ir regressando...


Pinturas de David Hockney

3 comentários:

Majo disse...

~
~ Mas que poema encantador, Ana.

~ Diria que o escreveu para mim!

~ Se assim for, fico muito sensibilizada.

~ Não quero que chore ou esteja triste.

~ ~ ~ Grande abraço amigo. ~ ~ ~

anamar disse...

Majo,
bom dia.

Minha amiga, não tenho arte e engenho para poemar, a não ser sob o efeito de uma grande emoção. Como por exemplo, a paixão...

Poema de uma amiga da blogosfera mas que já conheço pessoalmente que me oferece poemas de quando em quando e eu publico, Tem o "nikname" de" era uma vez".

Ainda bem que lhe assentou.
Eu ando bem, felizmente.

Beijinho e dia bom.

Ana

ERA UMA VEZ disse...

Ainda bem que gostaram.
Não é tristeza...é que o Verão sabe-me sempre a pouco.
Um abraço para as duas.